Brigadistas do Prev Fogo do Ibama, checam area de floresta derrubada e queimada no municipio de Apui, Amazonas. Foto: Bruno Kelly/Amazonia Real
Roberto Aguiar, de Salvador (BA)

Dados do Projeto MapBiomas, divulgados na última sexta-feira, 11, mostram a velocidade do desmatamento no Brasil. A cada dia ao longo de um ano, a área verde desmatada equivale a 4 mil campos de futebol, uma média de 24 árvores por segundo. Ou seja, perdemos um Parque do Ibirapuera, localizado em São Paulo, por hora em 2020.

Todos os Estados brasileiros tiveram alertas de desmatamento detectados em 2020, incluindo o Distrito Federal. O Estado do Pará lidera o ranking com 33% do número de alertas e 26,4% da área desmatada no país. Seguido por Mato Grosso, com 5% dos alertas e 12,9% da área total desmatada.

O Projeto MapBiomas estima que 99% dos desmates feitos desde 2018 têm indícios ou evidências de ilegalidade, isto é, sem autorização, e ocorreram em áreas protegidas ou desrespeitam o Código Florestal. No ano passado, o desmatamento cresceu 13,6%, levando a uma perda média estimada de 3.795 hectares por dia, ou 24 árvores a cada segundo.

Cresce o número de alertas

Os dados do MapBiomas revelam que o número de alertas de desmatamento explodiu em 2020: foram 74.218, um aumento de 30% em relação a 2019. A política de passar a boiada de Bolsonaro e do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles é responsável pelo desmatamento de 13.853 km2 de florestas (1.385.300 hectares), uma área nove vezes maior que a cidade de São Paulo.

31 de julho do ano passado foi o dia que mais desmatou. Quase 5 mil hectares foram desmatados em um único dia. Para ter uma ideia, é uma área maior do que 80 municípios brasileiros que são menores que essa área e equivale a cerca de 2 milhões de árvores”, explica o relatório do Mapbiomas.

O relatório também aponta que do total de eventos de desmatamento, 13,2% cruzam com Unidades de Conservação (UC), 7,3% com Terras Indígenas (TI), 0,3% com territórios quilombolas, 30% com assentamentos rurais e 68,3% com áreas registradas no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar) (68,3%).

Desmonte do Ibama

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que deveria fiscalizar e combater o desmatamento, simplesmente, não cumpriu seu papel. Desde que Bolsonaro assumiu a presidência, o órgão vem sofrendo um forte desmonte. Sua destruição é parte da política de passar a boiada, favorecendo os grileiros e desmatadores.

De acordo com os dados do MapBiomas, entre meados de 2018 e o início de 2021, apenas 5% da área desmatada teve alguma ação do Ibama (multas ou embargos, por exemplo), um número que correspondeu a apenas 2% dos avisos de desmatamento em todo o país. O relatório do MapBiomas informa que não foram observados embargos ou autuações do Ibama entre 2019 e 2020 em nove Estados brasileiros.

Enquanto o Ibama é atacado, o desmatamento avançou sobre todos os biomas brasileiros. Conforme dados do MapBiomas, a Amazônia representa quase 61% da área atingida pelo desmatamento, seguida pelo Cerrado, com 31%, Pantanal, 1,7%, e Pampa, 0,1%.

Fora Bolsonaro e Ricardo Salles, já!

Temos que unir a luta em defesa de nossas florestas e do meio ambiente com a luta pelo Fora Bolsonaro e Mourão, e que leve junto o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Os recordes históricos de desmatamento em nosso país é parte da política genocida de Bolsonaro, que junto com Salles destroem o meio ambiente, as nossas florestas e buscam exterminar as populações indígenas em prol dos lucros dos grandes madeireiros, grileiros e mineradores.

No dia 19 de junho, vamos ocupar as ruas do Brasil pelo Fora Bolsonaro, Mourão e Salles, em defesa do meio ambiente, pelo fim da concentração de terra, do conflito agrário e em defesa dos pequenos agricultores, indígenas e quilombolas.