Além de setores tradicionais da esquerda – partidos, organizações políticas, entidades e oposições sindicais, movimento estudantil, de luta pela terra e pela moradia – o Conat contou também com a participação de duas entidades de mulheres prostitutas.
A AMOR (Associação das Mulheres Organizadas de Rua de São José dos Campos e outras cidades do Estado de São Paulo) já havia participado de encontros regionais da Conlutas. A associação surgiu há cerca de quatro anos como reação à violência, tanto a da prefeitura da cidade como a de cafetões e donos de boates, que reprimiam as mulheres que trabalhavam na rua. A principal reivindicação é a regulamentação da atividade profissional das prostitutas, para reduzir a repressão e ter acesso a direitos. Na região, a associação conta com o apoio de diversos movimentos sociais, entre eles, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Rosângela Albuquerque, presidente da AMOR, disse que gostou do Conat, mas se queixou da falta de espaço para discutir a questão das prostitutas. Apesar disso, ela acha que a Conlutas pode promover entre os trabalhadores a discussão e organização das profissionais do sexo. Ela distribuiu um documento no congresso e participou dos grupos de discussão.
A AMOR é filiada à Rede Brasileira de Prostitutas, que reúne 23 entidades em todo o país. A representante da rede, Doroth de Castro, afirmou que o Conat é uma importante iniciativa, pois há uma grande necessidade de reunir e organizar ações de vários segmentos.
Também para Doroth, faltou espaço para discutir as questões específicas das prostitutas. Mas ela afirmou haver encontrado pessoas sérias e preocupadas em unificar todos os movimentos, inclusive das profissionais do sexo. “Mas ainda há muito preconceito e hipocrisia”, disse Doroth.