Redação

O Brasil chega ao 7 de setembro deste ano com manifestações pró-ditadura promovidas pela ultradireita e um profundo processo de decadência, com ataques cada vez maiores à soberania e uma verdadeira desconstrução do país para assegurar a entrega das riquezas a banqueiros, especuladores internacionais e monopólios imperialistas.

Já nascemos dependentes. Primeiro, com uma independência através de um acordo por cima, mantendo a monarquia e a escravidão e assumindo uma dívida “eterna” da coroa portuguesa com a Inglaterra.

199 anos depois, continuamos não apenas subordinados, como estamos regredindo, com os trabalhadores e o povo pobre pagando pelos efeitos da espoliação e da rapinagem imperialista. Espoliação que promove a desnacionalização, privatizações, destruição e regressão da capacidade tecnológica e produtiva do país, além de ataques à soberania e ao meio ambiente.

Junto a isso, aumentam o desemprego, a superexploração dos trabalhadores , o arrocho salarial, a quebradeira dos pequenos negócios, a carestia, o desmantelamento da saúde e da educação públicas e de todos os serviços públicos, com os sucessivos cortes de verbas sociais para garantir mais dinheiro a fim de remunerar os títulos desse roubo fraudulento que é a dívida pública.

Uma situação que deve piorar ainda mais com a boiada que o governo e o Congresso Nacional estão passando sobre os nossos direitos, como na Medida Provisória 1045, que impõe uma nova Reforma Trabalhista e condena a juventude ao trabalho precário. E todos os ataques contra o patrimônio nacional, o meio ambiente e os povos indígenas.

Uma independência de verdade e um projeto socialista

É preciso lutar para impedir o projeto autoritário de Bolsonaro, que visa acabar, ainda, até mesmo com o nosso direito de lutar. Os demais projetos capitalistas, porém, não detêm a boiada e a rapina no país.

Para defender a soberania, emprego, salário, terra, moradia, saúde e educação, o meio ambiente e os setores oprimidos é preciso derrotar os capitalistas bilionários, um punhado de gente, que representa menos de 1%, que fica com toda a riqueza produzida pela classe trabalhadora.

Do alfinete ao avião, tudo é produzido pelos trabalhadores e trabalhadoras, mas só uma ínfima parte é dada a eles como salário; outra pequena parte, o capitalista paga em impostos (quando não os sonega), e mesmo isso volta pro bolso deles, na forma da fraudulenta dívida que leva metade de tudo o que o país arrecada.

Sem falar nas privatizações que também causam um duplo ou triplo prejuízo ao país, aos trabalhadores e pequenos proprietários. Basta ver o exemplo da Petrobras, que impõe, aqui, um aumento absurdo da gasolina e do gás de cozinha para remunerar meia dúzia de investidores internacionais. Ou dos Correios, uma empresa construída com o nosso trabalho e recursos e que, agora, está sendo entregue ao capital estrangeiro. Ou, ainda, da Eletrobras, cuja privatização vai se transformar em contas mais caras e apagão.

É preciso acabar com essa farra. Suspender o pagamento da dívida e usar 100% do orçamento para gerar empregos e universalizar o acesso ao saneamento básico (público e estatal) e à moradia, além de garantir educação e saúde pública e gratuita sob o controle dos trabalhadores.

Também é necessário revogar as reformas da Previdência e Trabalhista, retomando nossos direitos roubados pelos últimos governos. Além de reestatizar empresas como a Embraer, a Vale, a Telebrás e nacionalizar o sistema financeiro, sob controle dos trabalhadores, proibindo a remessa de lucros.

É necessário, também, atacar os lucros e as grandes propriedades, taxando em 50% as grandes fortunas dos super-ricos, assim como os lucros e dividendos dos grandes acionistas das 250 maiores empresas do país. Como também estatizar, sem indenização e sob controle operário, grandes empresas que insistirem em demitir e fechar, como fez a Ford.

Para defender e lutar por esse programa, os trabalhadores e o povo pobre, junto com os setores oprimidos e a juventude, não podem ficar subordinados aos interesses dos bilionários, sanguessugas das riquezas do Brasil e de nossa classe. Por isso, não podemos colocar a classe trabalhadora a reboque dos interesses da burguesia e do capitalismo, como defendem o PT e a candidatura Lula, apoiada pela maioria do PSOL.

É preciso sim unir a classe trabalhadora e será na luta, impondo um governo socialista dos trabalhadores, sem banqueiros, latifundiários e corruptos, que poderemos aplicar um programa como este.

Para defender este programa e esta estratégia, está colocada a necessidade da construção de um polo socialista e revolucionário, que defenda a independência da classe e um projeto socialista que garanta soberania, emprego, terra e o fim de toda exploração e opressão. O PSTU, ao lado de muitos lutadores, colocará seus esforços neste sentido e convida a todos os ativistas a se somarem conosco nesta batalha.