O Brasil é líder em assassinatos de transsexuais no mundo | Foto: Divulgação
Secretaria Nacional LGBT

Em 2021, o Brasil registrou marcos terríveis de violência contra a população trans e travesti: 140 pessoas foram assassinadas, dentre elas 81% eram mulheres trans e travestis negras, a imensa maioria jovem e em situação de prostituição. Além disso, segundo a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) houve 79 tentativas de homicídio.

Temos muito a denunciar sobre os ataques contra as travestis e transexuais no nosso país, totalmente subnotificados e ignorados pelos governos. Sem contar a situação em que muitas travestis e transexuais são empurradas para a prostituição pela falta de escolha e oportunidades, uma lógica cruel do capitalismo de exclusão e brutalidade.

A violência faz com que a expectativa de vida de uma pessoa trans seja de apenas 35 anos, em um país onde a transexualidade e a travestilidade continuam sendo consideradas e tratadas como distúrbios. Além disso, a transfobia que existe em nossa sociedade leva muitas pessoas trans a fugir de suas casas e largar a escola, principalmente jovens e crianças – isso quando não são expulsas pelas suas próprias famílias.

No mercado de trabalho, também dificilmente são aceitas. Quando são empregadas, são vítimas de assédio, de salários baixíssimos, turnos exaustivos e condições desumanas. Além disso, não existe sequer o direito pleno à identidade de gênero, não existe nenhuma lei que permita alterar o nome e o sexo nos documentos de forma simples e autônoma.

Toda essa situação mostra que não existe saída para as LGBTIs nessa sociedade. As injustiças do sistema capitalista mostram que é preciso dar um fim a ele! Por isso, para nós, combater toda forma de exploração e opressão é um princípio. Não é possível lutar pelo socialismo sem lutar pelo fim da travestifobia e da transfobia!

Nesse Dia da Visibilidade Trans e Travesti queremos lembrar a necessidade da luta pelos direitos das pessoas trans e travestis por todos nós! Pra dar um fim nas políticas de ódio de Bolsonaro, dos governos e patrões, as LGBTIs trabalhadoras têm que ir à luta e construir uma nova sociedade, combatendo a exploração capitalista e eliminando toda forma de opressão!

  • Basta de invisibilidade, transfobia e travestifobia! Não voltaremos para o armário!
  • Pela aprovação de uma Lei de Identidade de Gênero, como a Lei João Nery, que permita alteração do nome e do sexo nos documentos autônoma e acesso desburocratizado aos tratamentos!
  • Por programas de inserção das pessoas trans e travestis no sistema educacional e no mercado de trabalho formal, com toda a assistência financeira e de saúde necessária para se manterem! Por financiamento de programas de combate à LGBTIfobia!
  • Por uma sociedade socialista, construída pela classe trabalhadora lado a lado dos setores oprimidos da nossa classe, LGBTIs, negros e negras e mulheres!