Redação

Primeiro de Maio é uma data histórica. É dia internacional de luta dos trabalhadores e trabalhadoras contra a exploração e a opressão. Por isso, é um dia de organizar atos, mobilizações e protestos em todo o mundo, com independência da classe trabalhadora frente aos patrões e aos governos.

Mais uma vez, as centrais sindicais do Brasil – com exceção da CSP-Conlutas – estão organizando atos públicos, a exemplo de São Paulo, com a presença de patrões e governos, incluindo o presidente Lula e até o bolsonarista governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). CUT, CTB, Força Sindical e demais centrais promovem conciliação de classe.

Diante desse cenário, a CSP-Conlutas decidiu construir atos classistas, de luta e independentes, aglutinando os lutadores e reivindicando a tradição do 1º de Maio. Pois é necessário manter a independência de classe e apostar no caminho das lutas para intervir nessa conjuntura e defender os interesses da classe trabalhadora, frente ao governo Lula-Alckmin e também para garantir punição aos golpistas e combater o bolsonarismo e a ultradireita”, afirma o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas e militante do PSTU, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

Pautas dos trabalhadores

Por todo o mundo, atos e protestos serão realizados para defender as pautas da classe trabalhadora. No Brasil, as grandes centrais sindicais têm como política atos unitários com governos e patrões, jogando fora a tradição de luta do 1º de Maio, comprometendo a independência dos trabalhadores em relação a seus inimigos, em nome de uma “união nacional”. É em nome dessa política que o governo Lula aplica, submissa aos interesses da burguesia capitalista, com medidas limitadas e até contra os interesses da classe.

Por isso, nossa tarefa, junto com a CSP-Conlutas, é ir às ruas lutar pelas pautas da classe trabalhadora – do campo e da cidade. Defender salário e emprego; repudiar a tentativa de golpe de 8 de janeiro e exigir a punição aos golpistas e financiadores; cobrar de Lula a revogação das reformas trabalhista, previdenciária e do ensino médio; e exigir o fim das privatizações.

São Paulo

Todos ao ato classista e internacionalista na Praça da Sé

O ato que será realizado na Praça da Sé, no coração da capital paulista, ganha uma enorme importância, tornando-se um contraponto ao ato das grandes centrais no Anhangabaú, que contará com a presença de Lula e do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas.

O ato, que acontecerá às 9h, está sendo organizado por diversas entidades, que reivindicam um 1º de Maio classista, internacionalista e independente de governos e patrões, como a Pastoral Operária, CSP-Conlutas, Luta Popular, sindicatos dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo (Sintrajud), dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep-SP), dos Metalúrgicos e Químicos do Vale do Paraíba e outros.

Importantes setores do movimento operário no Brasil e no mundo tentam apagar o passado e a tradição do 1º de Maio, um dia historicamente marcado pelas lutas dos trabalhadores de todo mundo e símbolo do internacionalismo proletário. Com uma política conciliatória, buscam colocar no mesmo palanque trabalhadores e seus algozes. Isso é inadmissível”, diz Vera Lúcia, ex-candidata à Presidência da República pelo PSTU.

O PSTU vai ao ato da Praça da Sé porque o 1º de Maio é um dia de luta dos trabalhadores, e não de conciliação e união com os patrões e suas organizações. Não podemos vacilar, como fazem algumas organizações que defendem ir aos dois atos (Sé e Anhangabaú). São dois atos diferentes, com caráter e objetivos opostos. O ato da Sé é uma alternativa para manter acesa a chama da independência dos trabalhadores”, acrescenta ela.

História

A origem do 1º de Maio

Em 1º de maio de 1886, a organização sindical Cavalheiros do Trabalho de Chicago, nos Estados Unidos, convocou uma manifestação, que reuniu 80 mil trabalhadores. Eles reivindicavam a jornada de trabalho de oito horas. As manifestações continuaram pela cidade e se estenderam por todo o país. Temendo o início de uma revolução, os patrões reprimiram violentamente os trabalhadores.

A morte de um policial foi usada como desculpa para prender os principais líderes do movimento e submetê-los a um julgamento farsante, cujo resultado foi a execução de vários líderes operários. Eles ficaram conhecidos na história como Mártires de Chicago.

Em 1889, o primeiro Congresso da Segunda Internacional Socialista resolveu que o dia 1º de maio seria uma jornada internacional pelas oito horas de trabalho. Desde então, na maioria dos países do mundo, a data é um dia de luta da classe operária e de unidade internacional dos trabalhadores.

Contudo, os patrões (capitalistas) tentam desvirtuar este dia como “dia do trabalho” ou de união entre capital e trabalho. Isso não podemos aceitar, a tradição histórica precisa ser mantida. O 1º de Maio é dia de luta contra o capitalismo, os patrões e os governos!