CSP Conlutas
Central Sindical e Popular
Trabalhadores metroviários e ferroviários aprovaram um dia de greve unificada das categorias para o próximo dia 3 de outubro. A mobilização é contra os planos do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas de privatização das respectivas empresas públicas.
A data promete ser um forte dia de luta, com a unificação inédita dessas categorias, mas também com outros setores mobilizados. O Sintaema, sindicato que representa os trabalhadores da Sabesp, que também está na lista de privatização de Tarcísio, também podem aderir à paralisação. Outro setor a parar são os servidores públicos federais que estão em campanha salarial e aprovaram em plenária no último sábado (16) realizar mobilizações e paralisações na categoria em todo o país no dia 3 diante do impasse nas negociações com o governo Lula (leia mais abaixo).
Plebiscito contra privatização cresce
A greve no dia 3/10 faz parte da campanha iniciada pelos sindicatos dos trabalhadores/as da Sabesp, da CPTM e do Metrô de SP para barrar o pacote privatista de Tarcísio e que tem como uma das principais ações um plebiscito popular. Lançado há duas semanas, numa ampla plenária, o Plebiscito Contra a Privatização da Sabesp, Metrô e CPTM está se espalhando por todo o estado.
Segundo o site oficial da campanha, 36 cidades já estão recolhendo os votos da população que, em sua maioria, mostra-se contra a entrega do patrimônio público para o setor privado. O êxito da campanha levou as entidades a estenderem a consulta até o mês de novembro e a meta é recolher 1 milhão de votos.
Para conferir os locais de votação, é possível acessar o site oficial do plebiscisto (contraprivatizacao.com), bem como os horários de atendimento. No endereço virtual, é possível também ter informações sobre como realizar o cadastro para ser um dos organizadores do pleito.
Privatização, não!
O transporte público, a água e o saneamento básico são direitos básicos para a sobrevivência da classe trabalhadores e os governos têm o dever de garantir a prestação desses serviços. Porém, o que vemos, é que cada vez mais esses setores, assim como outros como Saúde e Educação, são alvos da cobiça e da ganância de setores privados de olho em garantir lucros.
Já para os trabalhadores e a maioria da população pobre o que sobra é o aumento de tarifas, a piora na prestação de serviços e aumento do desemprego fruto das privatizações. Afinal, os empresários só querem saber de aumentar seus lucros.
O bolsonarista Tarcísio de Freitas que aplicar essa política nefasta a ferro e fogo e preparar uma verdadeira liquidação do patrimônio público com a privatização dessas três estatais estratégicas.
Mas, esse entreguismo não é exclusividade apenas do governador paulista. O governo Lula também aplica essa política através de mecanismos como as PPPs (Parcerias Público-Privadas), lei criada por Fernando Haddad, ainda em 2004, que nada mais é do que uma privatização disfarçada, financiada à custa do dinheiro público.
“Na assembleia dos metroviários, defendemos unificar tudo e somar todos setores pra massificar a greve e o Plebiscito Popular Contra as Privatizações do Governo Tarcísio, mas também contra a Lei da PPP criada por Haddad, no primeiro governo do Lula. Lei que permitiu as privatizações das Linhas 4 e 5 do Metrô, das linhas 8 e 9 da CPTM, e que novamente está na base do novo PAC de Lula e Alckmin e que pode ser uma nova PPP para privatizar todo saneamento básico do país”, explica Altino Prazeres, dirigente do Sindicato dos Metroviários de SP e integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
O dirigente lembra ainda que a privatização do Metrô de Belo Horizonte iniciada por Bolsonaro, mas concretizada com a conivência do governo Lula este ano, também teve como base a lei da PPP. Uma ameaça que também paira sobre o Metrô de Recife.
“Portanto, a unificação das lutas é fundamental, assim como a independência das organizações dos trabalhadores em relação a todos os governos, sejam de direita, ou ditos de esquerda. A luta tem de ser em defesa dos interesses e direitos da classe trabalhadora”, afirmou Altino.
Servidores públicos mobilizados
Os servidores públicos federais também vão realizar um dia nacional de lutas e paralisações no dia 3. O dia de mobilização foi aprovado em plenária realizada no último sábado (16).
Motivos não faltam. Depois de ver o governo Lula oferecer 0,7% de reajuste não há mais o que negociar sem que haja mobilização nas bases. A proposta é realizar protestos e paralisações no dia 3 e somar forças rumo a uma greve geral do funcionalismo, pois além de anos de perdas salariais, a reforma administrativa, barrada no governo bolsonaro, está para voltar no governo Lula. Inclusive, o ministro Fernando Haddad já defendeu essa reforma e declarou que vai negociar a medida no Congresso com o Centrão.
Por isso, a mobilização tem de ser agora!
Vale destacar ainda que assistimos também uma forte luta unificada dos estudantes da USP que começou com uma greve no curso de Letras e se espalhou por dezenas de outros cursos da universidade. Já há um clima de solidariedade e chamado à unificação das lutas de trabalhadores e estudantes e pode avançar a depender do desenrolar da mobilização.