Redação

No dia 24 de fevereiro, Bolsonaro entregou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 591/21, que abre caminho para a privatização dos Correios. Nas eleições, ele já falava em privatizar a estatal. Criou uma campanha mentirosa, dizendo que a empresa não é lucrativa.

Os Correios geram lucro e nem sequer dependem de dinheiro público. Em 2019, a estatal lucrou R$ 102 milhões. Devido ao aumento de entregas de encomendas com a pandemia, a previsão é que o lucro de 2020 seja bilionário. A parcial de janeiro a setembro apontou lucro de R$ 836,5 milhões.

“A empresa é a única estatal brasileira presente em todos os municípios do país, garantindo serviço sociais à população, além dos serviços postais, como entrega de vacinas, livros da rede pública de ensino e provas do Enem, emissão de CPF serviços bancários pelo Banco Postal”, destaca Geraldo Rodrigues, o Geraldinho, do PSTU e diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect)

Abaixo-assinado

Pesquisas mostram que mais da metade da população brasileira (50,3%) é contrária à privatização dos Correios. No Nordeste, esse percentual atinge 55,2% da população. A pesquisa mostra que em todas as regiões a venda da estatal é rejeitada.

Aproveitando esse sentimento da população, os trabalhadores dos Correios estão realizando uma coleta nacional de assinaturas contra a privatização para entregar ao Congresso Nacional. “A população brasileira reconhece a importância dos Correios como uma empresa estatal, que tem uma função social importante. Por isso, a maioria é contrária à privatização. Temos que chamar a população a lutar com a gente em defesa dos Correios. Essa luta não é só nossa”, afirma Geraldinho.

“O abaixo-assinado contribui para o fortalecimento dessa luta ao abrir o diálogo com a população. Já recolhemos mais de 200 mil assinaturas em todo o país”, completa.

A data da entrega do abaixo-assinado vai ser definida em conjunto com a Frente Parlamentar Mista em defesa dos Correios. “Vamos seguir mobilizados em defesa dos Correios 100% público, estatal e sob controle dos trabalhadores. Não podemos aceitar a entrega do nosso patrimônio às multinacionais”, diz Geraldinho.

O diretor da Fentect pontua sobre a importância da unidade com as demais categorias em luta, em especial, as demais estatais que estão ameaçadas de privatização. “É preciso realizar uma forte campanha em defesa de todas as estatais que estão sendo ameaçadas de privatização. Todos nós vamos sofrer as consequências da privatização da Petrobras, da Eletrobras, do Banco do Brasil e dos Correios. A população vai pagar mais caro pelos serviços prestados por essas empresas”, finaliza.