Categoria sofre com perdas salariais e sufoco
Foto: Romerito Pontes


Os metroviários da cidade de São Paulo declararam greve na última quinta feira, dia 5, e sua luta tem comovido a cidade. Em razão do pouco investimento do governo, esses trabalhadores enfrentam todos os dias condições difíceis para garantir o transporte de mais de 5 milhões de pessoas.
 
A categoria, que trabalha num estado de sufoco permanente, acumula perdas reais de salário de 35%,  sofre com o não pagamento dos adicionais de periculosidade, com a falta de um plano de carreira sólido, entre outros problemas.
 
Frente às justas demandas dos trabalhadores, o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, tem respondido com intransigência e autoritarismo. O governador recusou a proposta do Sindicato de realizar uma greve com catraca livre, o que permitiria que a luta dos metroviários não afetasse a população. O Sindicato, desde o início, mostrou disposição em negociar as condições do acordo e reduzir sua proposta inicial. Entretanto, Alckmin mostrou-se intransigente, não recuando de sua proposta de 8,7%, um valor que mal cobre a inflação do último período e não repõe as perdas acumuladas.
 
Frente à forte paralisação, que chega a 100% em diversos setores, o governador forçou os supervisores de estação a operarem os trens, sem as qualificações técnicas nem a manutenção dos trilhos, necessárias para garantir a segurança dos usuários. Frente aos piquetes, que são ferramentas legítimas dos trabalhadores em qualquer greve, Alckmin colocou a tropa de choque nas estações, explodindo bombas de gás e disparando balas de borracha contra metroviários desarmados, em luta por seus direitos.
 
Quem faz mal ao transporte e prejudica a população é o governador! A luta dos metroviários é também a luta do conjunto dos trabalhadores e da juventude. Somos nós que dependemos completamente do transporte público para trabalhar, estudar, passear e viver a cidade. Somos nós que sofremos todos os dias com o sufoco, descaso, assédio sexual e com todos os problemas do transporte público. Só com melhores condições de trabalho e mais investimentos poderemos ter o transporte que precisamos e merecemos. E é com o mesmo autoritarismo com que o governador nos empurra para vagões lotados todos os dias que ele agora quer atropelar a luta dos trabalhadores com bombas e balas.
 
O argumento de que não há dinheiro para atender às reivindicações é injustificável. O número de passageiros aumenta a cada ano e junto dele também aumenta a arrecadação do Metrô. Sem falar no dinheiro perdido com a corrupção e o desvio de investimentos na aquisição de novos trens.
 
Segundo a revista IstoÉ, o propinoduto tucano teria desviado R$ 425 milhões dos cofres públicos (e algumas estimativas falam de mais de um bilhão de reais), num processo que resultou na compra de trens que quebram toda hora – a famosa “frota K”.
 
Sem esse desperdício e corrupção, seria possível melhorar as condições de transporte da população e dos trabalhadores do metrô. Exigimos que a companhia do Metrô e o governo do Estado de São Paulo abram as contas da empresa para a população. Só assim poderemos ver qual a arrecadação real do Metrô, combatermos a corrupção, os desvios e abusos. Exigimos também mais investimentos no transporte público, para acabar com o sufoco diário que é pegar o metrô.
 
É por isso que a luta dos metroviários é a luta de todo o povo trabalhador da cidade de São Paulo. Ao atacar seu direito de fazer greve, o governador Geraldo Alckmin ataca o direito de luta de todos nós. Esse governo tem medo do povo. Alckmin teme a retomada das lutas de junho, onde a população foi às ruas e tomou em suas mãos seu próprio destino. Reprime os metroviários com bombas e truculência, com medo de que seu exemplo inspire outras lutas, assim como a luta dos garis, dos operários do COMPERJ no Rio, dos rodoviários de São Paulo e tantas outras têm servido de exemplo para os trabalhadores de todo o país.
 
Mas assim como em junho, onde nossa presença nas ruas derrubou as tarifas, os metroviários podem vencer! Mas para isso eles precisam de todo o apoio da população da cidade.
 
Nós, do PSTU, apoiamos essa greve desde seu início, e damos toda nossa solidariedade aos metroviários. Estaremos juntos nos piquetes, assembleias e manifestações, até a vitória!