2º Ato contra o aumento SP, 2017. Foto: Romerito Pontes
PSTU-SP

Em São Paulo, o PSTU participará e está convocando o ato contra as tarifas, relembrando as jornadas de junho de 2013. Dez anos depois, a luta por catraca-livre e contra as privatizações continuam.

Estaremos nas ruas contra a privatização do transporte público, anunciado pelo governador bolsonarista, Tarcísio, e exigindo a reestatização do sistema, controlado pelos trabalhadores e usuários, para que haja catraca-livre para todos, todas e todes. Para isso, defendemos e fomentamos um “novo junho”.

Junho de 2013 começou contra o aumento da tarifa, mas foi além, convertendo-se em gigantescas mobilizações espontâneas em todo país. Foi uma revolta contra a promessa de um “país do futuro” que não chegou para milhares de trabalhadores e, principalmente, para a juventude que via as condições de trabalho precárias e se indignava contra a falta de acesso ao transporte, saúde e educação.

O país não crescia mais no ritmo de antes e os preços dos alimentos dispararam com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) crescendo 6,59%. Em resposta, milhões de pessoas nas grandes capitais ocuparam as ruas e protagonizaram uma batalha campal contra a Polícia Militar nos estados, contra um projeto de país subserviente aos planos dos grandes banqueiros, empresários e magnatas do agronegócio.

O PT, onde era governo, apoiou a repressão. Haddad (então prefeito) e Alckmin (ex-governador de SP) realizaram reuniões, atacaram protestos e difamaram os manifestantes. Mas foram obrigados, pela força da mobilização, retroceder os R$0,20 centavos do reajuste da tarifa.

É, portanto, incoerente a tese que o “ovo da serpente” da ultradireita foi 2013. Esse campo também apoiava a repressão e difamava o movimento. A extrema-direita não estava a favor da organização popular. Responsabilizar o levante popular pela direita pró-impeachment, a Lava Jato entre outros é negar que havia um processo convulsivo na sociedade e que se abria um intenso descontentamento com o PT e setores da direita tradicional, como o PSDB.

Exemplo disso foi a atitude do PT e da ultradireita diante da greve geral de 2017, como produto desse descontentamento na classe. Temer nunca contou com menos de 80% de rejeição entre a população, e esse movimento poderia derrubá-lo. Mas enquanto a ultradireita atacava os manifestantes clamando mais repressão, as direções burocráticas das centrais, sindicatos e parlamentares, alinhadas com a pauta eleitoral de 2018, desviaram esse processo e cessaram a organização do movimento a favor da pauta eleitoral.

Todos os setores políticos, analistas da grande imprensa e jovens que vivenciaram e hoje, passados dez anos, atuaram sobre junho e sobre suas conclusões. Nós, do PSTU, defendemos a mobilização e a força daquela revolta. E, para enfrentar os perigos atuais da ultradireita e defender os interesses da classe trabalhadora entregues aos grandes empresários pelo governo Lula, por exemplo, no Arcabouço Fiscal, é necessário que haja uma ampla mobilização, contra a entrega do país aos bilionários e por direitos dos trabalhadores e do povo pobre e periférico.

Nossa classe pode e deve retomar as grandes mobilizações. Este é o principal fermento para a possibilidade de construir uma alternativa revolucionária e socialista, independente desses dois campos que expressam a atual polarização política.

Confira a nota

Em junho de 2013, o aumento das tarifas do transporte coletivo levou multidões às ruas de centenas de cidades brasileiras. Como consequência da violência policial, do aumento da exploração, da carestia e de um sentimento generalizado de insatisfação, o movimento tornou-se uma revolta de grandes proporções contra a ordem estabelecida.

Dez anos depois, o custo de vida está maior e a vida só piorou. O transporte está cada vez mais caro, a qualidade não melhora e a privatização continua apontada como solução. Por tudo isso, e muito mais, continua sendo preciso ir pra rua contra as tarifas dos ônibus, dos trens e do metrô!

Reivindicada nas ruas desde muito antes de 2013, a Tarifa Zero era acusada de ser inviável pelos poderosos. Mas quando o lucro das empresas de transporte foi ameaçado pela perda de passageiros, a proposta foi retomada pelos mesmos políticos e empresários que eram contra ela. Hoje, a Tarifa Zero é adotada em mais de 70 cidades do país.

Só a pressão popular organizada na rua, nos bairros e nos movimentos sociais pode impedir que a Tarifa Zero seja utilizada apenas para fins eleitoreiros e acabe favorecendo mais os empresários e os políticos do que os trabalhadores.

A única forma de manter viva a memória de junho de 2013 é ir para rua por uma
vida sem catracas!

Ação Antifascista SP • ART • Juntos! • Coletivo Feminista Marielle Vive • Companhia Antropofágica • CST • CSP-Conlutas SP • Intersindical • Já Basta! • LSR • Luta Popular • OASL • PSTU • Rebeldia Revolução Socialista • Sind. Metalúrgicos de Campinas e Região • Sind. Metroviários de SP • Sintusp • Sindsef-SP • Transição Socialista • Treta no trampo • Unidos Pra Lutar