PSTU-SE

Neste ano, as eleições para o governo de Sergipe serão decididas em segundo turno entre os candidatos Fábio Mitidieri (PSD) e Rogério Carvalho (PT). Apesar de estarem em lados opostos na disputa, os dois têm muito em comum. Ambos representam partidos que estiveram no governo do estado nos últimos 16 anos e foram responsáveis, junto com Bolsonaro, pela profunda crise que Sergipe atravessa: metade da população com fome ou insegurança alimentar, quinto lugar no ranking de pobreza do Brasil, últimos lugares na educação, caos na saúde pública, desindustrialização, desemprego acima da média nacional e recordes de violência.

Além disso, Fábio, como deputado federal, e Rogério, como senador, votaram a favor do orçamento secreto de Bolsonaro, favorecendo a corrupção e ajudando a preparar uma destruição ainda maior dos direitos do povo brasileiro e sergipano. Fábio Mitidieri votou também a favor da Reforma da Previdência de Bolsonaro, que acabou com as chances de milhões de trabalhadores de um dia se aposentarem. Já Rogério, quando esteve no Congresso, foi o relator da Previdência Complementar, que negou a aposentadoria integral aos servidores e iniciou o processo de privatização do sistema previdenciário.

Fábio Mitidieri representa a continuidade do governo Belivaldo. O mesmo governo que priorizou os mais ricos em Sergipe, atacou os servidores públicos, foi conivente com a saída da Petrobrás do estado, deixou a saúde entrar em colapso durante a pandemia e não protegeu os trabalhadores das consequências da crise causada pela Covid-19. Suas alianças continuam sendo com o que há de pior na política sergipana, incluindo o bolsonarista Laércio Oliveira e o lava-jatista Alessandro Vieira.

Rogério Carvalho também não rompe com a política de privilégios à burguesia em Sergipe, porque segue aliado a Valadares, Jackson, Gama, Valmir. Portanto, não se compromete a acabar com a fome ou o desemprego, não rompe com as isenções para grandes empresários nem garante melhores condições para os pequenos negócios e prioriza o agronegócio em detrimento da reforma agrária. Também não propõe mais investimentos para a educação, não defende a Deso e o Banese estatais e mantém a política de parcerias público-privadas na saúde, que ele já implementou quando foi secretário da pasta.

Por tudo isso, votaremos nulo no segundo turno para o Governo de Sergipe. E seguiremos na construção de uma alternativa socialista para Sergipe e na mobilização da classe trabalhadora como única saída para garantir emprego, salário, terra, moradia e direitos. Para trazer de volta a Petrobrás 100% estatal, sob controle dos trabalhadores ao nosso estado, reconstruir as indústrias sergipanas, melhorar a educação publica e gratuitas da Creche à Universidade Pública Estadual e conquistar saúde de qualidade para todos os trabalhadores (as) e o povo pobre.

Na eleição para a presidência, ainda que a candidatura de Lula também não represente uma alternativa independente dos trabalhadores, mas sim uma nova aliança com setores da burguesia, do outro lado temos um projeto autoritário e de ameaça à liberdade e às nossas vidas. Bolsonaro é um inimigo da democracia, reivindica a ditadura militar, que perseguiu, torturou e matou cidadãos, ataca o direito à organização da Classe Trabalhadora e às luta dos trabalhadores. Sua permanência no comando do Estado brasileiro facilita a execução desse projeto.

Embora seja urgente derrotar Bolsonaro desde já nas urnas, é preciso também derrotar a ultradireita após as eleições, nas ruas e nas lutas. Para isso, é necessária a organização e a mobilização independente dos trabalhadores, em oposição a qualquer governo que represente ou que se alie aos capitalistas. A experiência dos governos do PT mostrou que governar com os patrões significa retirar direitos da Classe Trabalhadora e manter as estruturas sociais que reproduzem a desigualdade, a exploração, as opressões e a corrupção. E foi essa maneira de governar que enfraqueceu a nossa classe, inclusive, abrindo caminho para o surgimento do bolsonarismo.

Portanto, defendemos voto crítico em Lula, como medida para derrotar Bolsonaro nas eleições e impedir que ele continue utilizando o governo federal para seu plano de destruição das liberdades democráticas e das organizações da classe trabalhadora. O voto crítico significa que não daremos apoio político ao governo Lula, e que estaremos mobilizados pela garantia dos direitos da classe trabalhadora, que não serão preservados por um governo social-liberal aliado a Alckmin, Renan, Paes, Kallil e outros burgueses.

17 de outubro de 2022

PSTU SERGIPE

ELINOS SABINO -ex-candidato ao Governo

HERALDO GOES -ex-candidato ao Senado