Redação

Em assembleia unificada realizada na quadra dos bancários, no centro da capital paulista, no início da noite desta segunda-feira, trabalhadores do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) reafirmaram a paralisação neste dia 3 de outubro. A greve de 24 horas ocorre contra os planos de privatização do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Fizemos agora uma assembleia unificada entre 4 sindicatos, dois da ferrovia, dos metroviários e o dos trabalhadores da Sabesp, e daqui vamos já partir para a preparação desta greve de terça-feira contra as privatizações que estão ocorrendo aqui em São Paulo“, afirma Narciso Soares, vice-presidente do Sindicato dos Metroviários e militante do PSTU. “Nós não vamos aceitar essas privatizações e exigimos de Tarcísio que se consulte a população se a água deve ser pública ou privada, se o transporte deve ser público ou privado”, reforça.

Indo na contramão de governos que entregaram o serviço de águas e esgoto à iniciativa privada, e agora estão sendo obrigados a retomarem o setor, como EUA, França e Reino Unido, o governo Tarcísio tem como uma de suas prioridades a venda da Sabesp, mesmo que para isso tenha que passar por cima da decisão dos municípios. Além de entregar o saneamento básico, o governo paulista também planeja vender a CPTM e privatizar as linhas de metrô que permanecem nas mãos do estado. O programa de “desestatização” prevê, ao todo, a privatização de 14 setores, estendendo-se da concessão de rodovias até a manutenção de prédios escolares.

Nós não queremos aqui o que já acontece no Rio de Janeiro, onde a tarifa é de R$ 6,90 no metrô privado, não queremos aqui uma situação de definhamento dos serviços públicos“, afirma Camilo Martin, diretor do Sindicato dos Metroviários e também militante do PSTU. “Precisamos unificar as lutas contra as privatizações, vimos a luta dos metroviários de BH contra a privatização da CBTU, além de Recife, uma empresa controlada pelo governo Lula, e aqui essa greve vai ser histórica, precisamos avançar numa grande mobilização contra todas as privatizações, dos governos estaduais e também do governo Lula“, reafirma.

Essa greve dos metroviários, dos trens e da Sabesp, e também a greve da USP, além da mobilização dos servidores federais e dos petroleiros, também neste dia 3, mandam um recado às centrais sindicais para a necessidade de cerrarem fileiras contra o projeto privatista, e de enfrentar o Tarcísio, mas para isso, vai ter que enfrentar o projeto privatista do governo Federal, que não fez nada para a reestatização da Eletrobrás, e que avança nas PPP’s, que é violento contra os trabalhadores“, defendeu Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas. Atnágoras exigiu ainda independência das centrais em relação ao Governo Federal, e aos governos estaduais e municipais, para a luta em defesa das reinvindicações da classe trabalhadora.

Mobilização nacional

Além da greve em São Paulo, ocorrem paralisações e protestos nos estados e de categorias nacionais, como servidores federais que param por reajuste e contra a reforma administrativa, e os petroleiros, que realizam um ato nacional no Rio de Janeiro por uma Petrobrás 100% estatal.

Confira o que já está programada para esta terça-feira:

SÃO PAULO (SP)

– Greve de 24h no setor metroviário, trens e na empresa estadual de saneamento e esgoto;
– 14h, ato em frente ao Fórum Pedro Lessa da Justiça Federal [Av. Paulista, 1682], organizado pelo Sintrajud (Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de São Paulo)

RIO DE JANEIRO (RJ)

– 15h, ato em defesa da Petrobrás, das demais estatais e do serviço público. Concentração em frente à sede da Eletrobrás [Rua da Quitanda], saída em direção ao Edifício Sede da Petrobrás

PORTO ALEGRE (RS)

– 06h30, atou unificado dos servidores públicos e metroviários na Estação Mercado
– Greve na Carris contra a privatização

BELO HORIZONTE (MG)

– 17h, ato unificado dos servidores públicos contra a reforma administrativa e as privatizações da Cemig e Copasa, e pela valorização dos servidores, na Praça Sete

BELÉM (PA)

– 9h, ato dos servidores públicos em frente ao prédio da Receita Federal
– 17h, ato chamado pela Oposição Urbanitária filiada, à CSP-Conlutas, contra a privatização da Cosanpa, em São Brás

MANAUS (AM)

– 10h, agitação na Universidade Federal do Amazonas (Ufma)

MACAPÁ (AP)

– 9h, ato unificado dos servidores públicos na Assembleia Legislativa

SÃO LUÍS (MA)

– 9h, ato em frente ao prédio do curso de Direito da Universidade do Estado do Maranhão (Uema)
– 19h, Plenária Sindical, Popular e da Juventude no Sindicato dos Bancários

TERESINA (PI)

– 8h30, concentração no IFPI-Teresina Central
– 8h30, agitação e panfletagem na UFPI e IFPI
– 17h, manifestação e panfletagem na UESPI-Pirajá

RECIFE (PE)

– 6h, ato no Hospital das Clínicas na UFPE
– 9h, ato unificado na Concha Acústica da UFPE

SALVADOR (BA)

– 10h, ato dos servidores públicos em frente à Reitoria da UFBA

BRASÍLIA (DF)

– 10h, ato em frente ao Ministério da Gestão e da Inovação; à tarde, ato no Ministério do Planejamento

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