Foto: Sindsaúde
PSTU-RN

| Por Tiago Silva

Os trabalhadores e trabalhadoras da saúde de Natal estão em greve desde o dia 11 de abril. A categoria reivindica a data-base, a revisão e atualização do PCCV, implantação das gratificações, o não fechamento de serviços – como é o caso do Hospital Municipal de Natal -, e a convocação dos aprovados no último concurso da Saúde. O PSTU apoia o movimento grevista e defende o fortalecimento da luta.

O prefeito Álvaro Dias (PSDB) é inimigo do povo natalense. No auge da pandemia da covid-19, sua principal política de enfrentamento à pandemia foi promover campanhas favoráveis a medicações sem comprovação científica, liberou o comércio, festas privadas e não decretou lockdown. Os servidores e servidoras da saúde na linha de frente trabalharam sobrecarregados nos Hospitais, Upas e UBSs com superlotação, sem insumos, direito a férias e sem receber a gratificação covid e a insalubridade. Além disso, a Prefeitura não convoca os aprovados no último concurso e não realiza novos processos seletivos.

A gestão municipal também assedia os trabalhadores e trabalhadoras da saúde. A companheira Érica Galvão, técnica de enfermagem no Hospital Municipal de Natal, diretora do Sindsaúde/RN e militante do PSTU, por exemplo, está sofrendo perseguição no seu local de trabalho. Essa é uma prática recorrente dos governos, sobretudo aos lutadores e lutadoras.

O não fechamento de serviços e a convocação dos aprovados no concurso estão na pauta reivindicatória | Foto: Sindsaúde

Para Érica, os governos federal, estadual e municipal atacam a classe trabalhadora, sobretudo a saúde. O presidente genocida Bolsonaro (PL) minimizou a crise sanitária e colocou obstáculos para a compra das vacinas. Mesmo sem a pandemia estar controlada, a governadora Fátima Bezerra (PT) e o prefeito Álvaro Dias (PSDB) abriram o comércio. “Eu perdi muitos colegas. Fomos jogados para morrer nos hospitais, à própria sorte, sem EPIs e condições de trabalho. Não vou tirar a culpa de nenhum governo”, diz.

Com isso, os serviços de saúde estão cada vez mais precários. O novo surto de gripe e dengue que ocorre no Rio Grande do Norte e no Brasil aprofundam ainda mais o problema. O Boletim Epidemiológico do Centro de Controle de Zoonoses de Natal apontou que houve aumento de 407, 6% nos casos de dengue, zica e chikungunya na cidade, entre os meses de janeiro e abril. Os novos surtos dessas doenças exemplificam o descaso dos governos capitalistas com a saúde pública. Soma-se a isso a manutenção das desigualdades sociais, a falta de moradias dignas e saneamento básico.

A Prefeitura realizou também diversos despejos de famílias em diversas áreas de Natal, em meio à crise sanitária e econômica, sem garantir alternativas habitacionais e assistência social. Álvaro Dias expôs as pessoas removidas ainda mais ao vírus e à falta de dignidade humana.

Como se não bastassem esses ataques, o prefeito aumenta em 60% o próprio salário, passando de R$ 20.000 para 32.000. Além dele, 12 secretários e 7 titulares de outros órgãos também tiveram acréscimo de 60% nos salários em 2022.

Diante de todos esses ataques, é preciso fortalecer a luta e a mobilização contra Álvaro Dias e todos os governos que nos oprimem e exploram. Temos que nos inspirar nos companheiros e companheiras da saúde de natal em greve e de outras categorias em luta e organizar nossa classe com independência de governos e patrões.