Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

Autoritarismo da montadora chamou a atenção de organizações nacionais e internacionais

A reintegração do diretor sindical Célio Dias da Silva, o Celião, foi uma importante conquista de toda categoria e da classe trabalhadora. Ele havia sido demitido pela General Motors, em agosto, e reintegrado depois de muita pressão.

A demissão do dirigente foi um grave ataque ao direito de organização sindical eocorreu justamente em meio às mobilizações da Campanha Salarial e contra a reforma trabalhista, conduzidas pelo sindicato e com ampla participação do diretor Celião.

Ficou evidente que a GM criou esta situação para proibir o sindicato de prosseguir com as assembleias no pátio da fábrica e entregar os jornais da categoria para os metalúrgicos. Até agora, nenhuma acusação contra Celião foi comprovada.

O autoritarismo praticado pela GM chamou a atenção inclusive de outras entidades sindicais nacionais e internacionais (Estados Unidos, Europa e Oriente Médio), que enviaram centenas de moções de apoio à campanha pela reintegração e exigindo o respeito à livre organização dos trabalhadores. Uma dessas entidades foi o UAW, sindicato dos trabalhadores metalúrgicos de montadoras nos Estados Unidos.

Dirigentes do UAW fizeram uma cobrança direta à sede mundial da General Motors para que Celião fosse reintegrado. Eles estiveram duas vezes em São José dos Campos para apoiar a luta do sindicato pela reintegração.

Esta também foi uma das reivindicações da Campanha Salarial na montadora, que terminou por ceder. O diretor foi reintegrado, mas exercerá suas funções sindicais fora da fábrica.

Além de Celião, a GM suspendeu por 15 dias o diretor sindical Alex da Silva, o Cabelo, e demitiu o cipeiro Sérgio Luiz das Dores. O sindicato vai buscar na Justiça os direitos do companheiro Cabelo. Já Sérgio, que tinha estabilidade, foi indenizado pela GM e teve a justa causa cancelada.

Com a perseguição aos companheiros, a GM tentou fragilizar a organização sindical. Celião, Cabelo e Sérgio sempre atuaram em defesa dos direitos trabalhistas e, por isso, entraram na mira da montadora. Mas os metalúrgicos e o movimento sindical mostraram que não aceitam essa arbitrariedade. Quero agradecer a todas as entidades que apoiaram nossa campanha. Este apoio foi decisivo para nossa vitória“, afirma o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.

Solidariedade
Assim como o UAW, também enviaram moções de solidariedade o Movimento Brasil Metalúrgico, Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais, Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Sindicato dos Químicos de Vinhedo, Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasef), Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal do Estado de São Paulo (Sintrajud), Rede internacional de Solidariedade, entre outros.