PSTU-SP

Tae Amaru, de São Paulo

Nota: publicamos abaixo o panfleto distribuído pelo PSTU em uma empresa industrial onde houve um caso grave de racismo. A condenação da Zaraplast saiu na imprensa no mesmo momento em que o Brasil se escandalizou com as denúncias de escravização de trabalhadores baianos em vinícolas do Rio Grande do Sul.

Chicotada em trabalhador negro? Por acaso voltamos ao tempo da escravidão? O nome disso é racismo. Só ajuda o patrão a tirar nosso couro. Além de crime é a arma deles pra dividir nossa força.

Uma indústria química localizada na Zona Norte de São Paulo foi condenada por um caso de racismo ocorrido dentro do local de trabalho. A empresa terá que pagar 40 mil reais a um operário negro que sofreu ofensas racistas por parte de um superior. Segundo uma matéria publicada no site da UOL no último dia 3[1], o agressor se dirigiu à vítima com as seguintes palavras: “Deixa eu dar uma chicotada nas suas costas? Preto aguenta chicotada!”. Após a denúncia do operário, o superior que proferiu as agressões passou a chamá-lo de “alemão” de forma debochada.

Cumprindo seu papel de empresa exploradora capitalista, para proteger seus lucros, a empresa se posiciona do lado do agressor, e tentou negar o ocorrido. Além da agressão racista, o fato escancara como os superiores e patrões agem como ditadores.

Contra isso nós trabalhadores devemos prestar a máxima solidariedade para com a vítima e denunciar o descaso da empresa e a violência do agressor.

O racismo e as opressões são armas do patrão para nos dividir e explorar

É dever de todo trabalhador repudiar essa atitude criminosa e se posicionar contra toda forma de discriminação. O racismo, assim como o machismo e a LGBTfobia, é um preconceito que divide a classe trabalhadora jogando trabalhadores brancos contra trabalhadores negros e indígenas. Os patrões e os políticos utilizam esse preconceito para enfraquecer a luta operária. Não é possível, por exemplo, fazer uma mobilização vitoriosa por um aumento salarial ou por melhores condições de trabalho se há divisões internas entre os próprios trabalhadores.

O racismo é responsável pelo extermínio da população negra nas periferias das grandes cidades do país. 79% das vítimas de assassinatos policiais são pessoas negras. Os trabalhadores negros recebem piores salários que os trabalhadores brancos, executam os piores serviços e compõem a maioria dos terceirizados. Pior ainda, é para as trabalhadoras negras, que além de sofrerem com o racismo ainda precisam enfrentar a violência machista todos os dias.

O PSTU defende

É preciso combater o racismo para unificar a nossa classe, é preciso unirmos brancos, negros e indígenas contra o racismo, capitalismo e as opressões. Com a nossa classe unida e organizada, podemos acabar com a farra dos bilionários, políticos e racistas desse país!

Trabalhador, trabalhadora, não aceite com você e com os colegas qualquer discriminação, venha de quem for. O preconceito é bom pro patrão, mas pra nós só traz prejuízo. Não se cale: cobre do seu sindicato que reaja! E saiba que o PSTU está à disposição pra ajudar nessa luta.

Vereador gaúcho defende trabalho escravo

Um político do RS defendeu a Salton, Aurora e Garibadi, produtoras de vinho pegas usando trabalho escravo. O racista disse para não contratarem mais baianos porque não seriam limpos, trabalhadores e corretos. Absurdo! Esse sujeito tem que perder o mandato! E sobre o que fazer com as empresas fica uma sugestão: entrega seus bens pros trabalhadores controlarem a produção de vinho.

[1] https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2023/02/03/empresa-tera-de-pagar-r-40-mil-a-funcionario-negro-ameacado-com-chicotada.htm