No dia 10 de maio o Haiti passou por intensos protestos contra o atual presidente René Preval. Nesse dia, o senado haitiano aprovou um projeto de lei que autoriza um prolongamento por três meses do mandato de Préval. Dessa forma, o presidente deixaria o cargo apenas em maio de 2011.

A aprovação do projeto gerou revolta entre as organizações de oposição ao governo. Segundo um informe da Batay Ouvriye (Batalha Operária), organização popular e sindical do país, cerca de 3 mil pessoas, entre populares, ativistas de Fanmi Lavalas (político ligado ao ex-presidente Aristides) e da própria Batay, foram às ruas. Os manifestantes foram até o palácio presidencial pedir a saída de Preval. A resposta do governo foi a repressão. Bombas de gás lacrimogêneo foram utilizadas, e soldados impediram que os manifestantes se aproximassem do palácio.

A Batay Ouvriye informa que ocorreram outras manifestações espontâneas em outras províncias do país.

Novo protesto
Os protestos podem ser indícios de uma crescente revolta da população haitiana contra o governo. Desde o terrível terremoto de janeiro, os haitianos não só foram abandonados à própria sorte pelo governo, como também tiveram que amargar uma nova ocupação norte-americana, que veio reforçar a repressão já praticada pela Minustah (missão da ONU liderada pelo Brasil).

Por isso, no dia 18 de maio, quando será comemorado o dia da Bandeira novamente a Batay Ouvriye convoca a população às ruas, pois segundo a Batay, “os haitianos não têm nada a comemorar e sim protestar, contra as tropas de ocupação Minustah e pela reconstrução do país”.

O dia da Bandeira no Haiti é uma celebração nacional que está relacionada à luta pela independência no país no início do século 19.

Na capital Porto Príncipe estão previstas fortes manifestações neste dia. A Batay informa que a organização foi à varias estações de rádio convocando para a mobilização. A organização vai defender, de forma autônoma, a necessidade de lutar por “um novo país”, baseado nos interesses dos trabalhadores.