PSTU Paraná
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Os professores das universidades estaduais do Paraná (UEM, UEL, Unespar, Unioeste, UEPG e UENP) aprovaram, em suas respectivas assembleias, greve a partir da última segunda-feira (15) para reivindicar as perdas salariais dos últimos anos. Os docentes da Universidade do Centro-Oeste (Unicentro) decidem em assembleia na próxima quarta-feira (17) se aderem ao movimento paredista. O PSTU apoia o movimento grevista e defende a unidade da comunidade acadêmica para o fortalecimento das lutas.
Sem reposição integral desde 2016, a categoria acumula 42% de defasagem salarial. Os trabalhadores já haviam demonstrado seu repúdio ao percentual apresentado pelo governador Ratinho Junior (PSD), em paralisação realizada no último dia 11, mas o Executivo manteve a proposta de reajuste em 5,79%. Além disso, se nega a receber as representações sindicais dos docentes, em uma postura claramente anti-sindical.
Política de Ratinho Junior: dividir para conquistar
Nos últimos anos, o governo do Paraná resolveu dividir o funcionalismo público, como forma de enfraquecer as reivindicações dos trabalhadores, em duas categorias. Uma é composta pelos trabalhadores do judiciário, legislativo, ministério público e tribunal de contas, que tiveram reposição salarial integral entre 2017 e 2023. Portanto, com perdas salariais zeradas.
Enquanto isso, a outra é constituída por professores, médicos, enfermeiros, policiais, servidores das secretarias e outros órgãos do Executivo. Ou seja, aqueles que prestam os serviços considerados essenciais e lidam diretamente com a população acumularam ao longo dos anos uma defasagem de 42%. Confira no gráfico:
Unificar a comunidade para fortalecer as lutas
Para combater a tática de divisão utilizada pelo governador Ratinho Junior e caminhar em direção às vitórias necessárias para combater o sucateamento das instituições de ensino superior (IEES), é preciso unificar a comunidade acadêmica em torno de pautas que lutam pela valorização dos trabalhadores e por investimentos na Educação.
Os sindicatos mistos de professores e agentes universitários, ligados ao Fórum de Entidades Sindicais (FES) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT), precisam se unificar nas lutas dos docentes ligados ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes – Sindicato Nacional). Esse é o único caminho para obtenção de vitórias em relação a esta defasagem que rói os salários tanto dos docentes quanto dos agentes universitários.
Em nota publicada no último dia 15, o Sinteemar, sindicato misto que representa os trabalhadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), afirma que as pautas em negociações estão avançando. Contudo, em reunião do comando de greve na instituição, nem o pró-reitor de Recursos Humanos da universidade, ex-presidente da entidade sindical mista, soube afirmar quais pautas tiveram ou se realmente houve algum avanço.
O movimento estudantil tem o dever de somar-se na luta
O movimento estudantil precisa tomar corpo nessa luta, pois está diretamente ligada à qualidade de sua formação. Em algumas universidades, os estudantes estão apoiando os docentes e caminhando no sentido de declarar greve estudantil. Contudo, existem universidades no Paraná nas quais os estudantes, especialmente ligados à agrupamentos de direita, buscam boicotar e combater os grevistas.
Na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), em Jacarezinho, os estudantes chegaram a passar uma discente por professora para que pudesse defender contra o movimento paredista. Além disso, convocaram uma reunião para organizar os estudantes contra a suspensão do calendário acadêmico. Fato que enfraquece a pauta dos trabalhadores, além de tirar a segurança da reposição das aulas dos próprios discentes.
Este não é o caminho, apenas fortalece a tática de divisão utilizada por Ratinho Junior. Todos os segmentos da comunidade acadêmica precisam se unificar para fortalecer a luta dos trabalhadores, lutando pela valorização e na defesa da qualidade no ensino superior no Estado.
Valorização é o caminho para melhorar o serviço
Os serviços públicos são partes fundamentais da qualidade de vida da população e têm sido precarizados e sucateados conscientemente pelos planos neoliberais. Nós propomos inverter essa lógica e, para isso, a valorização dos trabalhadores e investimentos nos serviços são fundamentais.
Existe um projeto de sucateamento da educação pública, com verbas abaixo das necessidades, desde o ensino fundamental até as universidades. É necessário aumentar as verbas para a Educação, investindo em produção científica, tecnológica e nas pessoas que produzem nessas áreas. Este é o caminho para diminuir nossa dependência dos países imperialistas e impedir nossa decadência no mundo do trabalho.
— Todo apoio aos docentes em luta!
— Pela unificação da comunidade acadêmica para fortalecer as lutas!