A luta contra a corrupção é essencialmente democrática, contra a utilização do aparelho de Estado por partidos e setores de classes. No entanto, para acabar com a corrupção no país, como também para fazer a reforma agrária, será necessário uma revolução socialista. Nenhum setor da burguesia, assim como nenhum dos partidos reformistas (como o PT), está disposto a acabar com a corrupção, porque todos eles se mantêm com o dinheiro do Estado e têm acordos com empresas, que são também as grandes corruptoras.

Hoje todos esses partidos, (PT, PSDB, PCdoB e o PFL) estão muito desprestigiados perante a população. Não é só o governo que é afetado pela corrupção, mas o Congresso, os grandes partidos, todo o regime democrático dos ricos e corruptos.
Por esse motivo, não é correto uma aliança com a oposição burguesa para combater o governo Lula. É necessário construir um pólo a partir do movimento sindical e estudantil e popular, que lute contra a corrupção do governo e Congresso, contra o PT e PCdoB, e também contra o PSDB e PFL. Um movimento que defenda a prisão e expropriação dos bens de corruptos e corruptores. Também que incorpore bandeiras como aumentos salariais, contra o desemprego e pela reforma agrária, além da luta contra as reformas neoliberais, a Alca e a dívida externa.

A Conlutas está convocando para o início do segundo semestre uma marcha a Brasília. Inicialmente a marcha estava sendo convocada, junto com a Frente Sindical, contra a reforma Sindical. Agora a Conlutas está discutindo que a marcha deve apontar para a luta contra a corrupção, a partir desta ótica de classe, além das outras bandeiras. A marcha vai coincidir com o funcionamento da CPI, e pode ser uma manifestação de grande importância política para a geração deste movimento.

Várias atividades locais ou setoriais estão sendo programadas, a exemplo dos trabalhadores dos Correios e do funcionalismo público federal, e poderiam unificar-se na criação deste movimento.

Pode ou não haver uma alternativa para os trabalhadores

O desânimo está tomando conta de milhões de pessoas. Muitos que ajudaram a construir a CUT, a UNE e o PT se sentem traídos.
No entanto, existe um risco enorme que cheguem à conclusão de que não vale a pena lutar ou construir uma alternativa, porque “é tudo a mesma coisa”. E não é. Esse é o jogo do PT, da CUT e da burguesia.
A Conlutas pode ser uma alternativa real à CUT. Hoje, a luta pela desfiliação dos sindicatos da CUT está crescendo em todo o país. É preciso avançar nesse sentido. A Conlutas já reúne 160 sindicatos e 60 oposições sindicais. Agora pode cumprir um papel importante na gestação de um Movimento Classista Contra a Corrupção, diferenciado da oposição burguesa. A hora é agora.

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