PSTU-RS

Um ciclone extratropical atingiu o Rio Grande do Sul na madrugada de sexta-feira, 16/06, provocando destruição e mortes. Os governos apressam-se e liberam alguns poucos recursos para reparar os estragos e prestar solidariedade aos atingidos.

Pura demagogia. São eles os principais responsáveis por essa situação, por desmantelarem os serviços públicos. É preciso priorizar as áreas sociais, estabelecer investimentos permanentes na infraestrutura das cidades e se antecipar aos fenômenos naturais.

Um novo ciclone atingiu o estado e causou problemas já conhecidos da população

Ventos com mais de 100 km por hora provocaram deslizamentos de terra, enchentes, derrubaram árvores, queda no fornecimento de energia e água, principalmente na capital, Região Metropolitana, Vale dos Sinos e Litoral.

Até o momento, sete pessoas morreram. Em São Leopoldo, uma pessoa foi eletrocutada e outra se afogou ao cair com o carro em um córrego após um açude transbordar. Uma terceira morte ocorreu na cidade de Maquiné, decorrente de um deslizamento de terra, outras vítimas estavam em Novo Hamburgo, Bom princípio e Caraá. Mas esse número pode aumentar, pois existem desaparecidos.

Além disso, 460 mil residências ficaram sem luz no Estado (várias ainda estão há mais de 36 horas no momento em que escrevemos essa nota) e 80 dos 94 bairros de Porto Alegre sofreram com desabastecimento de água, provocado pela falta de energia. até agora 2.230 pessoas estão desabrigadas e 602 desalojadas em cerca de 40 municípios do Estado.

De quem é a culpa?

Alguns podem atribuir os estragos a um fenômeno imprevisível, um desastre natural.

Evidentemente que houve um evento da natureza e fomos atingidos por fortes ventos, mas as consequências poderiam ter sido evitadas, caso a infraestrutura e serviços públicos das cidades não tivessem sido sucateadas pelos diversos governos.

Recentemente foi anunciado pelo Prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, que cortaria verbas para a poda de árvores e, o que já era precário, ficou pior. A cada chuva mais forte, dezenas de árvores caem, provocando acidentes e atingindo a rede elétrica, esse quadro foi potencializado com o ciclone.

A falta de energia, que resultou num desabastecimento de água, também é responsabilidade do Governador Eduardo Leite que privatizou a Companhia de Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e, desde então, o serviço vem piorando, principalmente na periferia.

As quedas de energia são constantes, mesmo sem chuva, deixando milhares de pessoas sem luz por dias e dias. O serviço de manutenção preventivo é precário e o de reparos também. São extremamente lentos e fruto de falta de pessoal nessa área. Sem falar na falta de informação e explicação à população.

A cara de pau desses governantes é tão grande que, apesar do desastre das privatizações, Leite e Melo querem privatizar a CORSAN (companhia estadual de abastecimento de água) e o DMAE (Departamento Municipal de tratamento de água e esgoto de POA).

Por isso afirmamos:  o Governador e Prefeito são culpados pelas consequências do ciclone!

Culpados porque precarizam os serviços públicos, seja privatizando, terceirizando serviços e cortando verbas; não investem adequadamente na limpeza de córregos e valões, o que ocasiona transbordos; não investem em habitação, submetendo a população carente a morar em áreas de risco. Enquanto isso, dinheiro para isenções fiscais aos grandes empresários e agronegócio não falta; nem para o pagamento da suposta dívida com a União e bancos ou para projetos de privatização.

Qual a solução?

Para o PSTU, é preciso investir na infraestrutura das cidades, qualificando os serviços públicos de atendimento à população. Para isso, é preciso reverter as privatizações como a da CEEE e terceirizações como a da limpeza urbana em Porto Alegre, incorporando os trabalhadores tercerizados ao serviço público, com igualdade de direitos e salários.

Dinheiro para esses investimentos existe! porém, é desviado para o pagamento da ilegítima dívida do Estado com a União e bancos, que só no ano de 2022 consumiu 93,6 bilhões do orçamento do Estado; além de se priorizar gastos com isenções fiscais para os grandes empresários e latifundiários. Por isso, somos contra esse tipo de prioridade e exigimos que os valores sejam destinados as demandas elementares da população.

Para garantir os investimentos nas áreas sociais, precisamos romper com a lógica capitalista de administração pública que vê os serviços básicos como mercadorias e fontes de lucro, entregando-os para a exploração que beneficia os ricos e poderosos, não só nos municípios e Estados, mas também à nível federal.

Lula acaba de aprovar na Câmara dos Deputados o seu arcabouço fiscal que restringe o investimento nas áreas sociais e serviços públicos e mantém intacto todo o sistema tributário no país, em benefício aos grandes empresários, além do pagamento da dívida pública aos banqueiros, que deve consumir 77% do PIB (Produto Interno Bruto) esse ano.

Para por fim a essas mazelas só destruindo o capitalismo e apontando a construção de um governo socialista dos trabalhadores!

Há muito tempo dizemos que o sistema capitalista não nos reserva nada de bom. Para inverter a lógica de prioridades e garantir serviços públicos de qualidade, moradia digna ao conjunto da população e uma relação saudável com a natureza e seus fenômenos é preciso construir um governo no qual os trabalhadores detenham o poder; organizar comitês populares por bairros e locais de trabalho que deem conta de evidenciar as demandas reais da população e dessa forma direcionar as obras e ações públicas; construir uma sociedade socialista e livre da especulação comercial da burguesia.