Paralisação nacional no dia 29 de julho

Dilma realiza o maior ataque à pretroleira desde o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB)

 
Em 26 de junho, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o Plano de Negócios e Gestão 2015-2019. Nele foram apresentados cortes que o governo pretende fazer. As cifras são bilionárias, é maior que ao da época do governo FHC, que acabou com  monopólio estatal do petróleo em 1997.

Entre 2015 e 2016, a petroleira pretende vender US$ 15,1 bilhões em ativos na área de exploração e produção, abastecimento e ás e energia. Entre 2017 e 2018, são esperados mais cortes com reestruturação de negócios, desmobilização de ativos e desinvestimentos adicionais, o que totalizariam outros US$ 43,6 bilhões. O que o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, está fazendo é entregar aos empresários e banqueiros o patrimônio da empresa.
 
A venda de ativos inclui a entrega de parte considerável do capital da BR Distribuidora, líder do mercado de vendas de combustíveis, com 7.931 postos, vendendo por ano R$ 100 bilhões; de cerca de 21 Usinas Termelétricas (construídas para evitar um novo apagão) que, hoje, são um excelente negócio para os empresários, vide o atual aumento dos preços da energia; venda de 23 navios petroleiros da Transpetro no valor de US$ 270 milhões de dólares; parte de empresas como a Braskem, distribuidoras de gás e campos de petróleo, principalmente no nordeste.
 
Além disso, haverá uma redução de 37% dos investimentos para os próximos cinco anos, um corte de US$ 76,2 bilhões de dólares. O que significa a suspenção das obras das refinarias do Nordeste e dentro do Complexo Petrolífero do Rio de janeiro (COMPERJ) e a da exploração de novos campos, como os marítimos de Sergipe.
 
De acordo com Nazareno Godeiro, pesquisador do Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos (ILAESE), “essa diminuição de aportes vai provocar um desmonte na indústria nacional” Segundo ele: “Toda cadeia de exploração, transporte, refino e abastecimento, vai perder com a redução de investimentos, haverá o desmembramento de suas subsidiárias e a venda com preços defasados. A ideia é provocar um sucateamento proposital, concentrando suas operações somente em extração do óleo extraído”.
Demissão em massa e combustível mais caro
Incompetência e corrupção são as marcas da diretoria da Petrobras: superfaturamento, fraude contábil, subornos e roubalheira, tudo causado pela direção da empresa a mando do governo federal e dos acionistas estrangeiros. O pior é que o governo Dilma quer que você e os trabalhadores da Petrobras paguem pela crise da empresa.
 
O corte drástico de investimentos está levando a demissões em massa. A Petrobras já perdeu 8.298 trabalhadores diretos no Programa de Incentivo de Desligamento Voluntário (PIDV).Também foram demitidos cerca de 80 mil trabalhadores das áreas da Petrobras, terceirizados e prestadores de serviço. O programa prevê uma redução de 150 mil trabalhadores. Para piorar, o presidente da companhia, Bendine, anunciou que o governo “não tem nenhuma preocupação com o cumprimento de uma política de conteúdo nacional”.Com isso vão quebrar dezenas, talvez centenas de pequenas e médias empresas brasileiras.Hoje, 67% das empresas apontadas nas Varas de Fazendas do país por pedido de falência ou recuperação judicial, são do setor petroquímico. Já são milhares as demissões nos estaleiros.
 
PSDB quer entregar Pré-sal para estrangeiros
Os partidos políticos burgueses não querem somente tirar proveito com o escândalo do Lava Jato. Aproveitando a crise da Petrobras, causada pela política desastrosa do governo Dilma, tenta explorar a desvalorização da empresa para aprofundar ainda mais a subordinação ao capital estrangeiro.
 
Recentemente, o senador José Serra (PSDB) apresentou o Projeto de Lei 131/2015.Caso aprovado, será mais um ataque contra os trabalhadores e a soberania nacional. Hoje o regime de partilha já coloca 70% do petróleo brasileiro à disposição dos interesses do capital estrangeiro. Mas o projeto de Serra consegue piorar a entreguista lei da partilha, e propõe retirar a participação obrigatória de 30% da Petrobras como operadora única do Pré-sal. Ou seja, com este projeto, além de entregar nos leilões nossas reservas a preços de banana, iriam retirar qualquer chance de controle sobre a produção.