Leia a nota do PSTU sobre a posição do governo brasileiro diante da brutal repressão da ditadura líbia contra o povoA posição do governo brasileiro diante do processo revolucionário em curso na Líbia tem sido tímida e vacilante, não contribuindo em nada para frear o genocídio cometido pelo ditador Muamar Kadafi contra o povo líbio.

No dia 21 de fevereiro, o Itamaraty divulgou nota com a posição oficial do governo brasileiro: “Ao tomar conhecimento da deterioração da situação na Líbia, o Governo brasileiro conclama as partes envolvidas a buscarem solução para a crise por meio do diálogo, e reitera o repúdio ao uso da violência”. Ou seja, a nota se limita a condenar a violência, mas não defende a renúncia de Kadafi.

A posição do governo também foi omissa em relação ao regime de Mubarak, no Egito. O governo manteve silêncio enquanto os EUA ainda sustentavam o ditador egípcio. Somente depois que os EUA perceberam a impossibilidade de salvar a ditadura que apoiaram por 32 anos, e passaram a defender a saída de Mubarak, foi que o governo brasileiro acompanhou a Casa Branca e pediu uma “transição democrática e pacífica”.

Ora, está claro que Kadafi não está disposto a diálogo nenhum, muito pelo contrário! Até agora, o regime do ditador já matou oficialmente 400 pessoas, mas as mortes podem chegar a milhares, segundo organizações de Direitos Humanos.

Recentemente Kadafi afirmou que lutará até a última gota de sangue e só deixará o poder morto. Além disso, chamou os manifestantes de ratos, bêbados e drogados, e ameaça perseguir a todos de casa em casa e explodir refinarias de petróleo. Tal é o desespero de um ditador que há 42 anos faz de tudo para se manter no poder.

O governo Dilma até o momento vem seguindo a mesma linha diplomática de Lula, que chamou Kadafi de “Meu amigo, meu irmão e líder” em visita à Líbia em 2009.

Por isso, o PSTU exige que o governo Dilma mude sua posição. Exigimos que o governo brasileiro defenda as seguintes medidas fundamentais para os trabalhadores e o povo Líbio:

1. Renúncia imediata de Kadafi e seu governo;
2. Fim da repressão aos trabalhadores e ao povo;
3. Fim da ditadura e atendimento das reivindicações populares;
4. Prisão e confisco dos bens de Kadafi e de todos os envolvidos na repressão;
5. Ruptura das relações diplomáticas e comerciais do Brasil com o governo Líbio;

São Paulo, 24 de Fevereiro de 2011