`FotoGraças aos entendimentos entre os governos Lula e Bush, a reunião ministerial em Miami (EUA), em novembro do ano passado, definiu um calendário de negociações que garanta a implementação da Alca em janeiro de 2005. A Cúpula Extraordinária das Américas, realizada em janeiro na cidade de Monterrey (México), se serviu para alguma coisa, foi justamente para reiterar o apoio de seus participantes a respeito da “estrutura e o calendário para a conclusão das negociações para a Alca”, conforme a declaração final do encontro.O próximo passo dessa agenda recolonizadora está marcado para a primeira quinzena de fevereiro, quando será realizado novo encontro entre os negociadores das Alca na cidade de Puebla (México).

Campanha Contra a Alca repudia Miami e aponta um calendário de lutas

No dia 8 de dezembro, logo após a reunião de Miami, a coordenação da Campanha Nacional Contra a Alca aprovou uma declaração sobre o encontro. Nela a coordenação avalia o acordo de Miami como uma vitória política dos EUA, que preserva sua estratégia central: “A reunião e a resolução de Miami apontam para a aceleração do calendário da Alca, cujas instâncias decisivas serão as futuras reuniões em 2004”.
A declaração aponta um calendário de lutas para intensificar as mobilizações e reafirma a exigência para que o governo Lula rompa com as negociações.

Para isso é fundamental retomar o trabalho de base e construir uma campanha de massas contra a Alca, com grandes manifestações como foram as Diretas e o Fora Collor. Também é necessário conduzir com firmeza a campanha, exigindo a ruptura das negociações e que o governo Lula realize, em outubro, um plebiscito oficial sobre a Alca.

O desafio já começou em janeiro. Entre os dias 26 e 30, foi realizado o III Encontro Hemisférico Contra a Alca em Havana (Cuba), cujo objetivo foi preparar a mobilização continental contra a Alca. A primeira delas deverá ocorrer simultaneamente ao encontro dos negociadores em Puebla no México. Assim como no ano passado, no dia 20 de março haverá um dia mundial de luta contra a guerra. Aqui na América Latina, a luta contra a Alca será um dos eixos desse dia. Neste ano, o Primeiro de Maio estará sendo preparado como um dia de luta pelo trabalho contra a Alca.

No Brasil as mobilizações precisam acontecer com muita força, pois a próxima reunião de cúpula ministerial entre os negociadores da Alca será realizada aqui, provavelmente entre julho e agosto. Devemos sacudir o país e realizar grandes manifestações a exemplo dos protestos antiglobalização de Seattle e Gênova.

É fundamental garantir o sucesso dessas mobilizações. Só a luta dos trabalhadores e do povo pode impedir a implementação da Alca, até porque o governo Lula age em colaboração com a estratégia recolonizadora do imperialismo norte-americano e, ao longo deste ano, seguirá negociando a nossa soberania.

  • Veja o calendário da campanha

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