O Capitão América foi criado em 1941, como um supersoldado que combatia as tropas de Hitler usando as cores da bandeira norte-americana. Nos quase 60 anos depois, principalmente durante a guerra fria, sua modorrenta cruzada nos quadrinhos em defesa da “liberdade“ e da “democracia“ foi útil aos governos dos EUA.
Mas nada como o tempo e uma disputa presidencial. Na edição nº 22 da revista Marvel Knights, ele visita a base de Guantánamo, em Cuba, onde Bush mantém há dois anos 660 suspeitos de terrorismo. O “herói“, que em setembro de 2001 abraçou a “Guerra ao Terror“, entra em crise com o que vê. Como na vida real, todos estão incomunicáveis, sem acusações formais e são tratados pelos militares como `combatentes inimigos`.
A história, talvez encomendada por um democrata, parece tentar criar uma nova fase ao “sentinela da liberdade“, na qual reflete mais e luta menos. Mas, as críticas aos “exageros“ de Bush não apagam a trajetória do personagem e dos próprios EUA. Guantánamo não é um `desvio de rota`, é apenas um capítulo a mais nos incontáveis ataques aos povos. Para limpar essa história, nem uma autocrítica do Rambo…
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