Álvaro Dias (PSDB) deve desde 2020 o restante do reajuste do piso salarial da educação
PSTU-RN

Por Tiago Silva, de Natal (RN)

O prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), aumentou em 60% o próprio salário, às vésperas das festas de fim de ano. O aumento foi publicado no Diário Oficial do Município do dia 24 de dezembro de 2021. O salário do prefeito passou de R$ 20.000 para 32.000 em janeiro de 2022, segundo o Portal da Transparência da Prefeitura. Além do prefeito, 12 secretários e 7 titulares de outros órgãos também tiveram acréscimo de 60% nos salários em 2022.

Esse aumento escandaloso nos salários de Álvaro Dias e de sua equipe reafirma que a Prefeitura de Natal nunca esteve do lado da classe trabalhadora. Pelo contrário, esse espaço é usado para manutenção dos privilégios de membros do alto escalão da política natalense.

Álvaro Dias, por exemplo, deve desde 2020 o restante do reajuste do piso salarial da educação, pois vetou a integralidade desse direito para a categoria. Por meio de muita luta, o veto foi derrubado na última quarta-feira (16), quando os trabalhadores e trabalhadoras da educação realizaram um ato em frente à Câmara Municipal para pressionar os vereadores a derrubarem o veto.


Durante a pandemia, a Prefeitura também não deu nenhuma condição para a realização das aulas, como a garantia de internet ou equipamentos eletrônicos, tanto para alunos quanto para educadores. Não houve nenhuma reforma estrutural significativa nas escolas para a melhoria do ensino.

“Álvaro Dias não cumpre a lei do piso dos professores, mas é rápido para aumentar o próprio salário e o dos seus aliados”, diz a professora Luciana Lima, militante do PSTU/RN. Para ela, é inadmissível que o prefeito continue mantendo seus próprios interesses em detrimento da miséria do povo de Natal.

O prefeito nega ainda a data-base dos servidores e servidoras da saúde, que não recebem reajuste desde 2014. A maioria dos profissionais da saúde do município vive hoje, em média, com menos de um salário mínimo ou cerca de R$ 1.300.

O PSTU defende a equiparação entre os salários pagos ao prefeito, secretários e vereadores e aos de professores e demais servidores do município. Um cargo político não pode ser uma forma de manutenção de privilégios. Temos que unificar nossas lutas e enfrentar todos os ataques da Prefeitura e demais governos.