Redação

O PSTU realizou uma campanha militante, centrada nas portas de fábricas, ocupações, escolas, territórios indígenas e periferias. A chapa com Vera presidente, e a indígena Raquel Tremembé vice, e as nossas candidaturas nos estados, apresentaram um programa socialista e revolucionário, encabeçado justamente pelos setores mais explorados da nossa classe. Temos orgulho de, enfrentando todas as adversidades, ter apresentado essa alternativa de independência de classe, operária, socialista, negra e indígena, não aceitando ficar reféns de alianças com a direita e a burguesia. Agradecemos o esforço da militância, que realizou uma campanha consciente, com muita garra, e a todos que votaram 16 neste domingo.

Diante dessa brutal crise que vivemos, que é uma crise do capitalismo aliada ao profundo processo de degradação e retrocesso do país, o PSTU apresentou um programa que defende as necessidades mais urgentes e históricas da classe trabalhadora. Um programa que afirma que, para ter emprego, renda, salário e terra, e defender a soberania do país, é preciso tirar dos bilionários, das grandes empresas, dos banqueiros e do agronegócio. Expropriar as 100 maiores empresas que, através da exploração e da pilhagem do país, ficam com a maior parte das riquezas produzidas pelos trabalhadores. Para atacar de fundo os problemas da classe trabalhadora e da maioria da população, problemas estes que constituem um terreno fértil para o crescimento da ultradireita, é necessário avançar na organização e mobilização independente da classe trabalhadora, e para isso é necessário avançar num projeto socialista e revolucionário.

Para defender esse programa, enfrentamos uma situação de enorme desigualdade, tanto do ponto de vista econômico, como em relação às regras antidemocráticas desse sistema eleitoral que, de fato, não permite que a população conheça a totalidade das candidaturas, e menos ainda que tenha a possibilidade de conhecer e debater suas propostas. Se nas eleições passadas tivemos meros 6 segundos de TV, agora fomos completamente vetados. Não permitiram nossa participação e de outros candidatos de esquerda nos debates, tratando de censurar e invisilibizar nossa candidatura.

É preciso derrotar Bolsonaro e a ultradireita

O PSTU foi uma das primeiras organizações a defender o Fora Bolsonaro e Mourão e, principalmente, através da ação direta, ou seja, com o povo na rua derrubando esse governo genocida. Com a certeza de que esse era não só um caminho possível, como o mais seguro. Sabemos muito bem que a maioria das organizações e partidos que atuam entre os trabalhadores não tiveram essa mesma política, inclusive porque trabalham com uma estratégia eleitoral de administrar o sistema capitalista.

Hoje, segue sendo preciso derrotar Bolsonaro, mas também o seu projeto autoritário, o bolsonarismo e a ultradireita como um todo. Mas para isso, é preciso também atacar as condições e as raízes econômicas e sociais que o fortalecem. Da mesma forma que a defesa das liberdades democráticas, e a luta para pôr um fim às ameaças golpistas, não passam pela defesa do sistema capitalista, a aliança com banqueiros e a confiança nessa democracia dos ricos que nos trouxe aonde estamos agora. É preciso avançar numa estratégia socialista, na luta, consciência e organização da classe trabalhadora, para que os trabalhadores governem através de conselhos populares e decidam o seu próprio destino.

Para começar, é preciso lutar e exigir a redução da jornada de trabalho e garantir emprego a todos, aumentar os salários, revogar por completo as reformas trabalhista e previdenciária, garantir uma Petrobras 100% estatal e a reestatização das empresas privatizadas, como a Vale e a CSN, e colocá-las sob controle dos trabalhadores, para que parem de enriquecer bilionários e mandar bilhões para fora do país. Da mesma forma, é necessário derrotar o Marco Temporal e lutar pela demarcação das terras indígenas; bem como garantir reparação ao povo negro e os direitos das mulheres, LGBTI’s e todos os setores oprimidos.

O PSTU seguirá atuando no dia-a-dia junto à classe trabalhadora e aos setores mais oprimidos e explorados do nosso povo e nas suas lutas, defendendo essa alternativa socialista e revolucionária. Continuamos com a certeza de que só a mobilização independente da nossa classe pode mudar de verdade esse país, enterrar de vez o bolsonarismo e jogar essa ultradireita na lata de lixo da história.

Definiremos nosso posicionamento sobre o 2º turno das eleições nesta próxima quarta-feira, em reunião da direção nacional do partido.

Comitê Central do PSTU, 3 de outubro