Fotos Roosevelt Cássio/SindmetalSJC
Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

Após um mês de uma greve histórica, as metalúrgicas da Blue Tech, Sun Tech e 3C conquistaram indenizações que variam entre R$ 10.800 e R$ 47.025. O valor correspondente a 90% do que foi pago pela LG aos trabalhadores da fábrica de Taubaté. O acordo foi aprovado nesta quinta-feira (6), em assembleia unificada das trabalhadoras, na Praça da Bandeira, em Caçapava.

A proposta foi negociada, na noite de quarta-feira (5), entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e as três fábricas, todas elas montadoras da LG. Horas antes, as trabalhadoras haviam retomado a greve e rejeitado a proposta de 70%.  A mobilização levou as empresas a chamarem o sindicato para reabertura de negociações, chegando aos 90%.

A indenização também prevê o pagamento de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e extensão do convênio médico até janeiro de 2022. O valor a ser pago a cada trabalhador vai variar de acordo com o tempo de fábrica e o salário.

Desde o começo, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos chamou a unidade na luta em defesa dos empregos com os trabalhadores de Taubaté. Como foi assinado o pacote para os trabalhadores da LG, nossa reivindicação era de igualdade. Mas as companheiras decidiram de forma conjunta aprovar os 90%, e em nosso sindicato prevalece a democracia operária”, afirma o presidente Weller Gonçalves.

Resistência

O acordo é resultado de um mês de mobilização das trabalhadoras da Blue Tech e 3C, em Caçapava, e Sun Tech, em São José dos Campos. Elas entraram em greve no dia 6 de abril, como forma de resistência ao fechamento das três fábricas e de 430 postos de trabalho.

O fim das atividades dessas montadoras, previsto para este mês, é consequência do encerramento da produção de celulares da marca LG. A empresa sul-coreana anunciou, no dia 5 de abril, que deixaria o mercado global de smartphones. A medida teve impacto direto na Blue Tech, Sun Tech e 3C, que produzem exclusivamente para a LG.

Durante todo o período de greve, as metalúrgicas lutaram bravamente. Acamparam em frente às fábricas, realizaram passeatas, protestaram em frente ao Consultado da Coreia do Sul e, principalmente, não se intimidaram diante dos patrões. A luta ganhou apoio e a solidariedade de entidades do Brasil e do exterior.

As trabalhadoras tiveram toda razão em lutar por seus direitos. Foi um movimento de grande importância para nossa categoria e que serve de exemplo. A garra dessas companheiras levou a essa conquista”, afirma Aline Bernardo dos Santos, trabalhadora da Sun Tech e diretora do sindicato.

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