Ato do "Ele Não", na Av Paulista. Romerito Pontes
CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Mulheres saem às ruas no dia 4 de dezembro para denunciar a violência machista no país que se aprofundou na gestão de Bolsonaro,  lembrando que foram ícones da luta contra o governo de ultradireita com a campanha “Ele Não” em 2018.

A iniciativa, que conta com atos marcados em diversas capitais, foi referendada na plenária online no dia 23 de novembro da campanha Fora Bolsonaro, com a participação de 470 pessoas representando entidades, movimentos e organizações de diferentes partes do país.

Entre as denúncias, a de que a pandemia da covid-19 agravou a agressão doméstica. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgada em junho desse ano, apontou que uma a cada quatro mulheres acima de 16 anos informa ter sofrido algum tipo de violência entre 2020 e 2021. Foram quase 17 milhões de casos notificados.

Além disso, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou o 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública em que apontou que os crimes de ódio motivados pela condição de gênero, os feminicídios, subiram de 1.330 para 1.350.

As medidas e reformas defendidas pelo governo federal e pelos governos estaduais explicitam o descaso com as mulheres trabalhadoras. Entre elas estão a reforma da Previdência, que rebaixou o direito das mulheres a se aposentarem e aumentou a idade para garantia do benefício; a reforma trabalhista que elevou os acordos coletivos de trabalho acima das leis trabalhistas precarizando mais ainda o trabalho e direitos da mulher trabalhadora e a ameaça da reforma administrativa que ataca profundamente os serviços públicos e o funcionalismo, composto em 55% de mulheres no funcionalismo federal, estadual e municipal – também uma tentativa de destruição dos serviços essenciais, principalmente a saúde e a educação públicas.

Essas medidas são mais uma forma de violência contra as mulheres trabalhadoras, pois precarizam ainda mais suas condições de vida e as expõem a todo tipo de vulnerabilidade social.

O mote da manifestações do dia 4 de dezembro, sábado, “Bolsonaro Nunca Mais”, não será adotado pela CSP-Conlutas que manterá a exigência de Fora Bolsonaro e Mourão, já.

Integrante do MML (Movimento Mulheres em Luta), Marcela Azevedo da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, defende que tais mobilizações sirvam para dar um fim no governo Bolsonaro antes das eleições de 2022. “Estamos vendo no movimento sindical uma grande articulação de centrais sindicais em apoio à chapa de Lula para 2022, mas a violência que as mulheres vêm sofrendo se dá agora, por isso nossa meta não tem de ser a eleição e sim derrubar Bolsonaro e Mourão, já, nas lutas e nas ruas”, argumenta.

Atos marcados

São Paulo

São Paulo: Avenida Paulista (MASP) – 14h30

Rio de Janeiro

Candelária – 10h

Minas Gerais

Belo Horizonte: Praça da Liberdade – 14h

Barbacena/MG – concentração na praça dos Andradas (em frente ao edifício Bianchetti) às 9h30

Juiz de Fora: Praça da Estação – 11h

Distrito Federal

Brasília: Praça Marielle Franco ( metrô galeria) – 15h

Goiás

Goiânia: Praça do Bandeirantes – 9h

Pará

Belém: Escadinha da Estação das Docas – 8h

Rio Grande do Norte

Natal: Concentração Midway – 15h

Rio Grande do Sul

Bagé: Praça do Correto – 15h

Porto Alegre: Praça Brigadeiro Sampaio (Praça do Tambor) – 16h

Maranhão

São Luís – Concentração Praça Gonçalves Dias, às 15h

Sergipe

Praça dos Mercados – Aracajú/SE, às 9h

Campanha permanente contra a violência à mulher

Selo da campanha permanente

No início de novembro, a CSP-Conlutas lançou uma campanha permanente de combate ao machismo. O objetivo é abordar cotidianamente a situação de desigualdade que as mulheres enfrentam devido à cultura machista enraizada na sociedade e que se intensifica com o sistema capitalista.

Chamamos a classe trabalhadora à unidade para defender a vida das mulheres, lutar contra esse governo e contra esse sistema de exploração e opressão que é o capitalismo. Enfrentar a violência contra a mulher é responsabilidade de todos e todas e ainda há muito a ser feito nesse sentido”, reforçou Marcela no lançamento da campanha.