Foi confirmado nessa sexta-feira (8) pelo Ministério Público Federal do Amazonas o massacre dos índios “flecheiros”, ocorrido em agosto, no município de São Paulo de Olivença. O crime aconteceu nas proximidades do rio Jandiatuba, um dos afluentes do Solimões, próximo à fronteira com Peru e Colômbia.
Por questões de segurança da investigação, segundo afirmou o portal Amazônia Real, os dados não foram divulgados. Mas segundo relatos de já passaram de 20 mortos, o que por ser caracterizado como etnocídio. Com isso, o massacre já é a maior tragédia contra povos isolados (sem contato com não-índios) desde 1993.
O massacre foi feito por garimpeiros, supostamente a mando de um produtor agrícola. A Polícia Federal deteve garimpeiros e junto com eles encontrou objetos pertencentes aos índios “flecheiros”. Em um áudio de celular os agentes também encontraram relatos sobre o massacre. Também foram apreendidas armas de fogo.
Não é um caso isolado
O MPF do Amazonas também investiga um outro caso de massacre contra etnias isoladas, na fronteira com o Peru. A denúncia foi feita em agosto e pelos índiso Kanamari. Segundo eles, cerca de 20 indígenas da etnia Warikama Djapar teriam sido assassinados na Terra Indígena Vale do Javari, no extremo oeste do estado.
A TI Vale do Javari foi homologada em 2001 e possui 8,5 milhões de hectares. Estima-se que nela vivam cerca de 5 mil pessoas de cinco etnias diferentes já contatadas e outras 14 referências a índios isolados. Em expedição recente, a Funai encontrou 40 dragas de garimpo ilegal no território indígena.
Situação dramática
Os povos da Floresta Amazônica desde sempre enfrentaram os ataques de garimpeiros, madeireiros, agricultores e mineradoras. Entretanto, com a crise econômica a situação tende a piorar. Como medidas para enfrentar a crise econômica, o governo Temer pretende entregar a Amazônia à iniciativa privada, como é o caso da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca). Junto com outras medidas e privatizações, Temer quer entregar o país de badeja para os investidores internacionais, aprofundando o domínio das multinacionais sobre a economia brasileira. Tudo isso pões na mira os povos originários e da floresta que atualmente vivem na região.