Para o Plano Nacional de Reforma Agrária ser cumprido, 400 mil famílias teriam de ser assentadas este ano

Cerca de dois mil militantes saíram de Goiânia (GO) no dia 10 de novembro. A marcha está prevista para chegar a Brasília no dia 21, e pretende pressionar o governo a assumir o Plano Nacional de Reforma Agrária, cuja elaboração foi coordenada por Plínio de Arruda Sampaio. Para o dirigente do MST, Gilmar Mauro, a aprovação do plano poderá reverter a avaliação negativa do movimento em relação aos resultados deste ano. O plano prevê assentar um milhão de famílias até 2007, sendo 200 mil famílias em cada um dos três últimos anos. Ou seja, 400 mil famílias seriam assentadas ainda em 2003.

O problema é que o governo Lula está na contramão desta política, o que a direção do MST parece não identificar ou entender. Os números não mentem. No início do ano, o Orçamento destinava 462 milhões de reais para adquirir terras para a reforma agrária. Recentemente a direção do Incra foi informada de que só terá 162 milhões. Um corte de 65% no pilar da reforma, a compra de terras.

O MST pede 400 mil assentamentos no primeiro ano, Lula prometia 140 mil, mas, nos primeiros seis meses, só foram assentadas 2.500. O governo Lula também é campeão dos despejados: 17.940 famílias foram retiradas de ocupações, enquanto que, nos governos FHC, foram 9.715.

Como se vê, Lula está mais propenso a aceitar as pressões do agronegócio e dos banqueiros do que a do MST. Será necessária uma ampla mobilização e muitas ocupações para que consigamos a reforma agrária na marra.

JOSÉ RAINHA SAI DA PRISÃO

Depois da libertação de Diolinda e Mineirinho, José Rainha deixou a penitenciária de Dracena (SP) no dia 12, após 123 dias preso. Foi uma importante vitória do movimento contra o poder Judiciário e o governo Alckmin, ainda mais porque não se contou com um único pronunciamento do governo federal a favor da liberdade deste dirigente.

Mas a repressão continua. Até agosto, o número de prisões de trabalhadores em conflitos agrários foi 41% maior do que em 2002. No dia 8 de novembro, oito militantes do MST foram presos em Marabá (PA), durante a ocupação da fazenda Mutamba, na qual o Ministério do Trabalho libertou 25 pessoas mantidas sob trabalho escravo. No dia 10, no Rio Grande do Sul, 200 policiais prenderam o agricultor Justino Vieira.

CAMPANHA PELA LIBERTAÇÃO DOS PRESOS POLÍTICOS DO PARÁ

VARA AGRÁRIA DE MARABÁ
Dr. Marcus Alan de Melo Gomes
Folha 26, Quadra 07, Lote D-16 – Nova Marabá – CEP 68.500-060 – Marabá – Pará
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PROMOTORIA AGRÁRIA DE MARABÁ
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Post author Américo Gomes, de São Paulo (SP)
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