Os trabalhadores da Educação completam 12 dias de greve e, junto com os trabalhadores da Saúde, ocupam o prédio da Prefeitura para exigir negociação com Clécio Luís (PSOL)

Já são 12 dias em greve de mais de 3 mil trabalhadores da educação municipal de Macapá. São professores, merendeiras e serventes que permanecem em luta contra a Prefeitura de Clécio Luís e do PSOL-AP. São trabalhadores que, em sua grande maioria, acreditaram e votaram em Clécio e no PSOL como uma alternativa de mudança.

Os trabalhadores de Macapá estavam cansados dos desmandos de Roberto Góes (PDT), que havia sido preso durante seu mandato como prefeito durante a Operação “Mãos Limpas” da Polícia Federal, que prendeu também seu primo e atual governador Waldez Góes, também do PDT. Os trabalhadores acreditaram nas promessas do PSOL, mas,  infelizmente hoje o sentimento da categoria e da população macapaense é de estelionato eleitoral pelas promessas não cumpridas.

Uma greve para entrar para a história
Durante todos os governos municipais a categoria foi à luta. E Clécio Luís (PSOL) esteve na mobilização junto a esses trabalhadores. Quando era vereador de Macapá, foi o porta-voz da categoria. A atual greve, porém, é a mais histórica, segundo os trabalhadores. “Ele veio daqui. Fiz campanha para ele. Bati de porta em porta para convencer as pessoas a votarem nele, mas ele nos traiu”, afirmam muitos professores. “Além de ele ser professor, ele sempre esteve aqui. Agora, demora em receber a categoria, iludiu professores e auxiliares, no ano passado. E o pior, ele  vira as costas para nós. A paciência da categoria e da maioria da população em Macapá acabou. Não podemos aceitar da Prefeitura do PSOL, que traz no nome o ‘socialismo’ manter a mesma estrutura de governo da direita e atacar o direito dos trabalhadores”, afirmou Ailton Costa, presidente da Executiva Municipal de Macapá e militante do PSTU.

Hoje, muitos professores são obrigados a fazer coleta para comprar materiais, realizar rifas para garantir a estrutura dentro de sala de aula e o mais absurdo: “É preciso, em alguns momentos, tirar dinheiro do bolso para comprar arroz ou suco para o lanche das crianças“, como relataram vários professores no microfone em frente à Prefeitura de Macapá.

 Infelizmente, essa realidade não é só no município. No Estado governado por Waldez Góes (PDT), podemos encontrar situações piores. Contudo, o PSOL em Macapá optou por uma governabilidade com os partidos da burguesia e do governo. Com a justificativa de que a prefeitura não tinha dinheiro, Clécio ofereceu 4% de reajuste aos trabalhadores da Educação. Porém, os “super-salários” de secretários e secretarias extraordinárias ele não muda. Isto têm cobrado um preço do PSOL que é de aprofundar a crise política perante a população macapaense e as lutas do funcionalismo municipal.

Os métodos da prefeitura do PSOL
Outro aspecto dessa contradição da “governabilidade” do PSOL-AP são os métodos de desmobilização da greve e ataques ao PSTU por parte de seus militantes e dirigentes do movimento, com calúnias nas redes sociais. Práticas que somente a burguesia e o stalinismo usam para combater seus oponentes. A prefeitura do PSOL tem adotado táticas de desmoralização da greve que nem a direita, que esteve durante quatro anos no poder, ousou adotar, como as reuniões com a comunidade escolar na tentativa do retorno parcial das aulas, pressão em professores que tem o famigerado pró-labore. Nesse programa, a prefeitura contrata o professor que é do quadro para ministrar aulas no período de folga do mesmo. E o professor, que precisa complementar o baixo salário, aceita. Nesse caso, a prefeitura tem dois professores, pagando por um. Ou seja, a prefeitura de Clécio aprofundou o caos na educação municipal.

Esses ataques também são desferidos nas organizações que lutam junto aos trabalhadores. O PSTU tem sofrido calúnias nas redes sociais por parte de militantes da direção do PSOL-AP, em uma tentativa desesperada de frear quem luta. O PSTU lamenta tais fatos, pois o PSOL Macapá tem adotado um caminho sem voltas para um lugar que eles mesmos desconhecem. Por isso, ou Clécio e o PSOL rompem com a burguesia e a “governabilidade” para todos e constroem um programa voltado para os anseios mais sentidos pela classe macapaense, ou terão que enfrentar uma onda de lutas contra a precariedade dos serviços e a desvalorização dos servidores.

Os trabalhadores estão convencidos: É preciso lutar e é possível vencer
E na manhã de 28 de abril, a paciência acabou. Cerca de 600 trabalhadores ocuparam o prédio da Prefeitura Municipal de Macapá, e estão exigindo que o Prefeito Clécio (PSOL) negocie a contraproposta da categoria. A greve da educação municipal ganha mais trabalhadores para lutar. Além da Educação, os trabalhadores da Saúde (agentes de endemias, de saúde e enfermeiros) iniciaram uma greve em defesa do piso nacional da categoria dos agentes de saúde e endemias.  O sentimento que se instalou nas categorias que estão em luta contra a Prefeitura de Clécio e o PSOL é de que é preciso lutar. É possível vencer.

Mas para isso será preciso construir nas lutas uma alternativa para os trabalhadores e jovens de Macapá. Que não confie um milímetro na Câmara Municipal de Macapá e nas ilusões da Prefeitura de Clécio (PSOL). A única confiança é depositar nas lutas da classe a possibilidade de uma saída para a população macapaense, e que ela logo se espalhe para a luta no Estado, contra a política de privilegiar os ricos de Waldez Góes (PDT).

Porém, o episódio mais trágico da luta em Macapá é o papel que o PSOL vem cumprindo como aliado da burguesia e do engano a classe macapaense que nutriu o sentimento de mudança por esse partido. Assim, o PSTUa credita que é preciso construir uma grande Greve Geral do funcionalismo de Macapá contra a proposta de Clécio , a precariedade dos serviços como Educação, Saúde, endemias, vigilantes e todos aqueles estão indignados com o caos na cidade. Alem, é claro, de incorporar a luta nacional contra a PL 4330 e as MP’S do Governo Dilma e do PT. Pois, Dilma, Waldez e Clécio são inimigos dos trabalhadores.