Liberdade imediata para Mumia Abu-Jamal! 

Ex-Pantera Negra tem 66 anos e contraiu COVID na prisão

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Shirley Raposo

No final de fevereiro, o preso político e ex-militante dos Panteras Negras, Wesley Cook, mais conhecido como Mumia Abu-Jamal, foi diagnosticado positivo para coronavírus, o que reaqueceu a campanha internacional por sua libertação. Há quase 40 anos preso, sem tratamento de saúde adequada, vivendo na condição precária de cárcere e sendo do grupo de risco, Mumia precisa ser solto imediatamente.

Preso Político 

Mumia Abu-Jamal é jornalista, radialista e ex-militante dos Panteras Negras. Foi preso em 9 de dezembro de 1981 sob acusação de ter assassinado Daniel Faulkner, um policial branco que espancava seu irmão. Jamal foi levado a julgamento em junho de 1982 e condenado à morte em 3 de julho por um júri de brancos e um juiz recordista de condenações à morte.

Jamal foi preso pela primeira vez em 1968, aos 14 anos, em protestos contra o racista candidato a presidente George Wallace. Aos 15 anos, participou do movimento para renomear sua escola para Malcolm X e ajudou a fundar o Partido dos Panteras Negras na Filadélfia. Se tornou membro da redação central do jornal do movimento, se formou em jornalismo e tornou-se locutor de rádios locais e de uma rede nacional de emissoras negras. Ficou conhecido como “a voz dos que não têm voz”.

Em 2008, movimentos sociais, artistas e ativistas antirracistas organizaram mobilizações em várias partes do mundo, pela liberdade de Abu-Jamal. O julgamento foi cheio de irregularidades com um juiz declaradamente racista, ameaças às testemunhas de defesa e retirada de negros do juri. A sentença de morte foi anulada e convertida em prisão perpétua.

Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, não teve políticas de reparação ao povo negro. Os EUA é hoje o país com o maior número de presos no mundo, com mais de 2,3 milhões de americanos encarcerados, sendo 70% negros e latinos. O encarceramento, as deportações e as guerras aumentaram durante o governo Obama.

Em uma entrevista dada em 2016, Jamal foi perguntado se não deve ser reconhecido o fato do presidente Obama ter sido o primeiro presidente americano em exercício a ir a uma prisão, ao que ele respondeu:

Sim, ele foi para uma prisão que estava vazia, porque todos os prisioneiros foram retirados de suas celas. Ele de fato entrou em um bloco de prisão – sim, isso é verdade, e é histórico. Mas também é verdade que ele entrou em um bloco de prisão vazio. Se essa nação tem a maior população carcerária no mundo, então ao invés de fazer história criticando celas vazias, por que não esvaziar mais celas libertando as pessoas?

Nós do PSTU defendemos toda solidariedade à Mumia Abu-Jamal, sua imediata libertação e reparação para ele e sua família.

Punição ao governo norte-americano por seus crimes racistas.

Temos que mobilizar uma ampla campanha internacional pela liberdade a Abu-Jamal como parte de uma luta maior pela liberdade de todos os presos políticos e contra a justiça burguesa e racista.

#LiberdadeparaMumia

#FreeMumia

Fonte: https://www.democracynow.org/2016/10/7/mumia_abu_jamal_on_mass_incarceration