Homem baleado por policial recebe atendimento

Fotos tiradas por estudantes presentes no ato em solidariedade ao povo do Haiti, no último dia 29 em Salvador, flagram a brutal violência da polícia da capital baiana. A agressão ocorreu no final do ato, na Praça da Piedade, região central. A manifestação havia sido organizada por setores como a Conlutas, Intersindical, Consulta Popular, além de entidades do movimento negro.

Um morador de rua, após uma confusão na praça, foi jogado no chão por dois policiais militares, sendo atingido por um tiro efetuado por um deles. O policial atirou à queima roupa no homem, já caído e desarmado, num local extremamente movimentado. O morador de rua era negro.

Os manifestantes se revoltaram contra a brutalidade e a manifestação explícita de racismo. Ativistas presentes no momento da violência não permitiram que o policial acompanhasse o homem baleado na ambulância. Um dos policiais ainda tentou seguir a ambulância em um carro, mas também foi impedido pelos ativistas, como o Zé Maria e Lucas Ribeiro, dirigentes do PSTU.

Os policiais foram acuados pelos manifestantes e se retiraram em seguida. No dia seguinte à agressão, a plenária de Reorganização, que reuniu setores como Conlutas e Intersindical, aprovaram uma moção condenando a violência e exigindo a imediata punição dos agressores.

  • Leia abaixo a nota aprovada pelos movimentos presentes na Plenária de Reorganização, realizada no dia 30 em Salvador

    Polícia Baiana: Truculência, Covardia e Racismo

    Na sexta-feira, dia 29/01, militantes e ativistas de diversos movimentos sociais realizaram um ato de solidariedade ao povo haitiano pelas ruas de Salvador, durante o Fórum Social Mundial. Ao término do ato fomos surpreendidos por uma ação truculenta, covarde e racista da policia militar da Bahia.

    Um morador de rua de nome desconhecido após uma confusão na praça da piedade foi jogado no chão por dois policiais militares, que se identificaram como soldado Amorim e Mota do 18º. Batalhão da Policia Militar. Não contentes com a agressão, o soldado Mota, disparou um tiro a queima roupa em um homem desarmado e no chão!

    Como se não bastasse todas essas atrocidades, tivemos que impedir que os agressores entrassem na ambulância que tentava atender a vítima. Não satisfeitos tentaram também pegar um taxi com o objetivo de seguir a vítima até o hospital, felizmente mais uma vez conseguimos impedir.

    Todos estão perplexos. O ato de solidariedade aos trabalhadores e jovens haitianos, que exigia retirada de tropas encabeçadas pelo governo do nosso país, também tinha como bandeira a denuncia contra o extermínio da juventude negra na Bahia. Em uma cidade onde mais de 80% da população é negra ainda somos obrigados a conviver com o racismo.

    A ação da polícia baiana antes de tudo é a demonstração de como o Estado brasileiro e suas instituições tratam o povo negro. Para a polícia, os governos e o Estado: negro bom é negro morto!

    Estaremos vigilantes a punição desses bandidos fardados! A truculência, covardia e racismo da policia não nos calará!

    As entidades e movimentos presentes na Plenária de Reorganização, oganizada pela Conlutas, Intersindical, MTST, MTS e outras entidades exigem:

    Prisão e expulsão da PM já!

    Proteção à vítima!

    Campanha de denuncia do acontecido junto ao movimento negro de Salvador!