Em janeiro de 2010 aconteceram duas edições do Fórum Social Mundial no Brasil, uma em Porto Alegre, marcando as comemorações dos dez anos do evento, e outra em Salvador. Em ambas as mesmas características: controle do governo e do PT, descaracterização política e esvaziamento. O processo de desgaste do fórum como espaço de luta contra o neoliberalismo já começou antes, mas sem dúvida, em 2010, deu um salto significativo.

Em Porto Alegre se informou oficialmente que foram 22 mil inscritos, espalhados pela capital, e em cidades metropolitanas administradas pelo PT. Isso reduziu significativamente o impacto do fórum na cidade. A marcha de abertura, por exemplo, contou com cerca de 7 mil, contrastando com os cerca de 150 mil que compareciam em outros anos. Em Salvador, o impacto e a presença foram ainda menores, pois a maioria dos eventos ocorreu em hotéis, sem a presença dos movimentos sociais.

Este esvaziamento e a perda de força se devem diretamente a duas razões políticas fundamentais. A primeira, o fórum não conseguiu apresentar uma alternativa anticapitalista e socialista à crise da econômica internacional, limitando sua política ao apoio a medidas sociais compensatórias nos marcos do capitalismo, e defendendo os governos burgueses ditos progressistas. A segunda, é que com o passar dos anos, os governos, especialmente os do PT, assumiram completamente o controle do evento, aliados as ONG´s que são parte de suas bases de apoio, deixando os movimentos sociais cada vez mais sem protagonismo.

Em Salvador, o fórum foi diretamente organizado pelo governo do estado, do PT, que inclusive interferiu diretamente nas atividades que eram organizadas pelos movimentos sociais combativos. Mesmo em Porto Alegre, onde a direção do fórum buscou um discurso mais independente, a maior atividade, apoiada esfuziantemente pela direção do fórum, foi a palestra de Lula no ginásio do Gigantinho, com cerca de 5 mil pessoas, público bem abaixo do que em outras participações de Lula no evento.

PSTU DEFENDE SAÍDA SOCIALISTA E SOLIDARIEDADE AO HAITI
Tanto em Salvador como em Porto Alegre o PSTU teve intervenção importante, apoiando atividades independentes dos movimentos sociais classistas e combativos, como as da Conlutas, ligadas ao processo de reorganização, e da Anel.

O objetivo do partido era fortalecer a defesa de uma saída socialista diante da crise capitalista, polemizando, portanto, diretamente com as políticas reformistas defendidas pela direção do evento.

Outro objetivo fundamental era estender nacionalmente a campanha de solidariedade ao povo haitiano, vítima do terrível terremoto de 12 de janeiro e de uma ocupação militar que dura mais de 5 anos, com o governo e o exército brasileiros cumprindo o papel nefasto de dirigir as tropas de ocupação.

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