Camilo Martin, Diretor do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do PSTU

Os metroviários de Belo Horizonte tem protagonizado uma forte greve desde terça-feira, 14 de fevereiro, com manifestações de apoio em todo o país, reivindicando que o governo Lula cancele a privatização do Metrô.

O leilão realizado no apagar das luzes do repulsivo governo genocida de Bolsonaro – com autorização da equipe de transição do governo recém eleito – entregou a preço de banana o patrimônio público por um valor irrisório de R$ 25,7 milhões. Esse brutal ataque aos trabalhadores se utilizou da lei das PPP’s (Parceria Público Privada) criada em 2003, ainda no primeiro governo Lula, por um grupo de trabalho coordenado por Haddad, atual ministro da Fazenda.

A privatização, ao priorizar estritamente o lucro imediato dos capitalistas, dá um salto na destruição dos serviços públicos e na precarização das condiçõesde trabalho, já afetados pela politica de ajuste fiscal. Isso fica claro com os exemplos do Metrô privado do Rio de Janeiro e dos trens em São Paulo.

Para se ter uma ideia, a quantidade de falhas em São Paulo saltou 900% em pouco mais de 3 meses de operação. Além da queda da qualidade e o risco à segurança, existe a pressão permanente pelo aumento da tarifa. Não por acaso, a tarifa mais cara do pais é a do Rio de Janeiro, onde a Supervia, concessionária que admnistra o metrô privado, cobra uma passagem de R$ 6,50. Isso para não falar na drenagem de recursos públicos via subsídio estatal e contratos que garantem patamar mínimo de retorno às empresas bilionárias – numa espécie de capitalismo sem risco. Tudo garantido com o dinheiro público.

A crise do sistema capitalista tem feito piorar muito a vida dos trabalhadores. Ao invés de garantir melhoria da qualidade do transporte, ampliação da malha de ferrovia e redução da tarifa, as privatizações vão no sentido contrário e servem apenas para socorrer bilionários e lhes garantir negocios lucrativos.

Por isso, estamos juntos com os metroviários e todos aqueles que estão na luta contra as privatizações e em defesa do Metrô e serviços públicos. É preciso que Lula cancele o leilão do Metrô de BH, e garanta um Metrô 100% estatal, controlado pelo trabalhadores e os passageiros.