Servidores enfrentam a polícia em piquete
Sindsprev-RJ

Ministro do PT comanda repressão à greve dos servidoresEnfrentando uma dura repressão do governo, os servidores do INSS estão em greve desde o dia 16 de junho. Eles lutam contra uma medida do governo que aumenta de forma unilateral a jornada de trabalho para a categoria. O governo e o ministro da Previdência, o petista José Pimentel, além da intransigência e a recusa em negociar, impõem uma repressão que nunca se viu e trata o movimento como caso de polícia.

“Estamos tendo nosso direito de greve atacado antes mesmo de entrarmos em greve”, denuncia Diná Neres, diretora do Sinsprev-SP. No dia 10, uma semana antes de os servidores decretarem greve, o Supremo Tribunal de Justiça proibiu a paralisação e estabeleceu multa caso os funcionários insistissem em cruzar os braços. Os servidores, porém, não se intimidaram e foram à luta. A Justiça impôs uma multa diária de R$100 mil à Fenasps (Federação Nacional dos Servidores da Previdência Social ) devido à greve.

Cerca de 20 estados estão em greve, cujo índice de paralisação está entre 60% e 70%. A greve já se iniciou forte, com adesão de 50% e, em estados como a Bahia, os servidores passaram por cima da direção do sindicato para aprovarem a paralisação. Os servidores heroicamente enfrentam a pressão dos chefes nos locais de trabalho, o assédio moral e a polícia. “Os gerentes estão chamando a polícia para garantir o funcionamento das agências e impedir os piquetes”, afirma Diná. A repressão ocorre em vários estados e está sendo particularmente dura no Rio de Janeiro.

Os servidores, porém, intensificam a mobilização. Na tarde desse dia 8, os servidores em São Paulo foram a São Bernardo do Campo e realizaram um ato público em frente à casa do Lula, a fim de que o governo abra negociação com a categoria. No próximo dia 20 ocorre ato unificado em defesa do direito de greve. Além de se recusar a receber a comissão de negociação, o ministro Pimentel determinou o corte no ponto dos servidores paralisados.

Reivindicações
A principal bandeira dos servidores em greve é a defesa da jornada semanal de 30 horas. Há 25 anos os servidores do INSS cumprem essa jornada. Porém, o governo Lula, de forma arbitrária, impôs o aumento da jornada para 40 horas. A categoria também luta pela incorporação de gratificação ao salário e por contratação de novos funcionários.

Segundo as entidades de classe, o déficit de pessoal chega hoje a pelo menos 10 mil funcionários. O governo Lula anuncia a criação de novos postos do INSS para o atendimento à população, mas não abre contratação, aprofundando a falta de servidores e precarizando ainda mais o serviço público.

A greve segue forte e informes dão conta que, durante negociação nesse dia 8, o governo pela primeira vez considerou a possibilidade de manter a jornada de 30 horas. Nada, porém, está garantido e a greve deve prosseguir. No próximo dia 13 ocorre nova reunião do Comando de Mobilização, aonde os servidores avaliarão o movimento e determinarão os próximos passos.