Manifestantes incendeiam carro e bloqueiam estrada para a capital do país

Movimentos sociais e populares de Honduras realizaram uma nova jornada de protestos nesta quarta-feira, dia 8. Protestos foram registrados na capital, Tegucigalpa, e em outras regiões do país para exigir o retorno do presidente legítimo Manuel Zelaya.

No interior, manifestantes bloquearam a “carretera internacional”, principal auto-estrada do país. Na capital, novas marchas reuniram centenas de pessoas.

A continuidade das manifestações mostra que o movimento não se intimidou após a repressão do último domingo, quando duas pessoas foram mortas pela repressão. Na terça-feira, milhares participaram de uma grande marcha histórica realizada na capital. Pela primeira vez, o protesto contou com a presença de Xiomara Castro, esposa do presidente eleito Manuel Zelaya.

“Após a repressão do Exército contra a população que estava em frente ao aeroporto de forma pacífica, decidimos continuar a resistência até que os golpistas caiam, desistam e entreguem o poder ao presidente legítimo, Manuel Zelaya Rosales”, disse Juan Barahona, coordenador do Bloco Popular de Honduras.

Negociações
Manuel Zelaya desembarcou na Costa Rica para se reunir com o presidente costa-riquenho, Oscar Arias, indicado como mediador para a crise, em uma tentativa de negociação do imperialismo norte-americano, através da secretária de Estado, Hillary Clinton. Nesta quinta-feira, estava prevista a viagem de uma comissão dos golpistas até a Costa Rica, para uma reunião com o presidente deposto. Cogita-se que o ditador Roberto Micheletti, chefe dos golpistas, possa participar do encontro.

Rafael Alegria, um dos representantes da resistência, disse a TeleSur que não confia nas negociações mediadas por Arias e afirmou que também não aceita nenhum tipo de negociação com os golpistas.

A Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI), em artigo recente, denunciou as negociações feitas às escondidas do povo e chamou os trabalhadores hondurenhos a derrotar o golpe nas ruas. A LIT também convocou os trabalhadores de todo mundo a impulsionarem uma grande campanha de solidariedade, com atos como os que ocorrem nesta quinta-feira, na Costa Rica.