Deyvis Barros, do Ceará (CE)

Deyvis Barros e Flávio Brás, de Fortaleza/CE

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT) e o prefeito de Fortaleza, Sarto Nogueira (PDT) decidiram que, na medida em que não autorizarão aumento da tarifa de ônibus em Fortaleza este ano, deveriam “indenizar” os donos das empresas de transporte coletivo em R$ 4 milhões por mês pelo “prejuízo” de operar sem o reajuste da tarifa. Um verdadeiro escândalo.

Os empresários do setor de transporte aumentaram seus lucros nos últimos anos com uma exploração cada vez mais brutal dos trabalhadores do setor e com a manutenção de uma frota reduzida gerando aglomeração em plena pandemia. Alem de fecharem a campanha salarial de 2020 com aumento zero nos salários, colocaram uma grande quantidade de trabalhadores nos programas do Governo Federal de redução jornada com redução de salários e reduziram a frota de veículos em circulação, mesmo quando toda atividade econômica do estado já estava em funcionamento, causando aglomeração e adoecimento para a população e para a própria categoria rodoviária. Nesse momento os trabalhadores rodoviários estão em uma luta fortíssima porque, além de tudo, os empresários trocaram o plano de saúde dos trabalhadores para um de cobertura menor, no meio da pandemia.

Isso tudo sem falar que, em 2019, o governo do estado e a prefeitura da capital autorizaram que os ônibus passassem a rodar sem cobradores, causando a demissão de mais de 4 mil trabalhadores do setor.

Não existe solução para o transporte público enquanto ele for administrado por empresas privadas. A ganância dos patrões prejudica trabalhadores e usuários. Os atuais empresários precisam ser obrigados a mostrar seus livros-caixa e isso demonstrará que ao invés dos prejuízos que alegam eles obtém lucros exorbitantes.

Ao invés de retirar R$ 4 milhões mensais (R$ 48 milhões no ano) do dinheiro do povo para beneficiar os empresários é necessário estatizar o serviço de transporte, tirar das mãos desses parasitas e investir em um serviço de qualidade para a população, aumento da frota e em valorização dos trabalhadores rodoviários.