Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Por: militantes do PSTU trabalhadores do Pedro II.

No período entre o primeiro e o segundo turno, os servidores das universidades e dos Ifes e os estudantes foram surpreendidos com a notícia do corte de verbas que, se fosse efetivado, levaria à paralisação do funcionamento daquelas instituições. Em junho já havia ocorrido um corte de 619 milhões.

Em um movimento muito rápido, o MEC recuou dos cortes, obviamente, porque o QG da campanha de Bolsonaro refletiu que, ao manter tal política, a onda de protestos e indignação resultantes que desaguariam – como acabou acontecendo, em movimentos de rua em várias cidades do país – teriam um efeito negativo em sua luta pela reeleição. Porém, havia o risco de que, passado o processo eleitoral, tais cortes pudessem retornar e foi o que aconteceu.

Nesta semana, foi anunciado um novo bloqueio de 466 milhões. Tais medidas servem para várias questões, não só para esconder possíveis desvios de verbas escusos ocorridos neste ano eleitoral, como também criar imediatamente dificuldades logo no início do governo Lula.

Nós, militantes do PSTU e trabalhadores do Pedro II – servidores da rede de educação básica, técnica e tecnológica – sabemos que o novo governo Lula, de frente ampla com setores do alto empresariado, não rompe com a lógica do projeto neoliberal. As diferenças são de intensidade e ritmo dos ataques. Isso tem se expressado claramente nos debates que têm ocorrido por dentro do GT educação. Temos clareza de que nossa tarefa é não baixar a guarda. É necessário nos prepararmos para muita luta em defesa de um programa da classe trabalhadora.

Mas, neste momento, ainda que no meio da realização da Copa do Mundo, precisamos reagir de forma organizada, em unidade de ação inclusive com reitores, entidades do movimento estudantil e sindical. Precisamos ocupar as ruas e praças, como ocorreu no dia 7 de dezembro, no largo de São Francisco, no centro do Rio de Janeiro.

E que expliquemos pacientemente à população que existe verba para garantir o pleno funcionamento das universidades, Ifes e demais instituições e órgãos federais. É necessária a suspensão do pagamento da dívida pública, que consome metade do orçamento da União e sua auditoria integral. Imediatamente. Outras medidas que vão nesse sentido e que temos que cobrar do governo Lula-Alckmim é o fim da remessa de lucros das multinacionais para o exterior, da Lei do Teto de Gastos e a regulamentação do imposto sobre as grandes fortunas.

Os recursos existem, eles são aprovisionados pelos ricos e poderosos em detrimento do restante da população, mas temos que entender que tais medidas só serão realizadas a partir de uma poderosa pressão social e das ruas, pois inclusive o governo que vai se iniciar em 1 de janeiro, por si mesmo e pela composição que representa, não avançará nessa área, assim como em outros pontos de interesse dos trabalhadores e do povo pobre.