Redação
Um protesto histórico contra o racismo ocorreu na tarde desta terça-feira, durante o jogo da Liga dos Campeões entre o Paris Saint-Germain e o Istanbul Basaksehir. Após o 4º árbitro, o romeno Sebastian Colţescu, insultar de forma racista um membro do Istanbul, os dois times deixaram o campo em protesto. A agressão racista ocorreu contra o camaronês Pierre Webó, ex-jogador e atual membro da equipe técnica do time turco.
Webó foi reclamar do insulto racista por parte do árbitro romeno e acabou expulso do campo. O atacante do Istanbul, o senegalês Demba Ba, liderou então o protesto que terminou com os 22 jogadores abandonando as 4 linhas. Um vídeo flagra um momento da discussão entre Demba Ba e Colţescu. “Quando você fala de um homem branco, você nunca diz ‘esse cara branco’, você diz ‘esse cara“, afirma. “Por que você menciona um jogador negro como ‘esse cara negro'”?, questiona.
“Por que quando você menciona um jogador preto, você tem que dizer ‘esse cara preto’?”
Demba Ba, atleta do Istanbul Basaksehir, questionou o quarto árbitro Sebastian Colţescu, que teria ofendido racialmente um membro da comissão técnica do seu time. pic.twitter.com/S1EozSiKkX
— Esporte Interativo (de 🏠) (@Esp_Interativo) December 8, 2020
Um outro momento flagrado mostra o jogador brasileiro Neymar, do PSG, junto com Mbappé, dizendo à arbitragem que eles não jogariam caso o agressor racista permanecesse no campo. Com a recusa em retirar o 4º árbitro, os jogadores deixaram a partida.
É revoltante a agressão racista por parte da própria arbitragem da Liga dos Campeões. Assim como a negligência e cumplicidade por parte da UEFA, que reproduz o mesmo comportamento racista da FIFA, e inclusive aqui da própria CBF, absolutamente negligentes contra casos de racismo ocorridos em campo. A pronta reação dos jogadores, porém, não deixou passar “em branco” mais esse caso de racismo e esse jogo já se tornou histórico, mostrando que racismo não será mais tolerado, dentro do campo ou fora dele.