Vereador Renato Oliveira é detido após crime de racismo. Reprodução
PSTU da Sul

Eu canto aos Palmares, odiandos os opressores de todos os povos, de todas as raças, de mãos fechadas contra todas as tiranias!
Solano Trindade

No início dessa semana, uma notícia tomou as redes sociais com mais uma cena de racismo. O vereador, que também preside a Câmara Legislativa de Embu das Artes, Renato Oliveira (MDB), foi preso no Rio de Janeiro durante suas férias após demonstrar seu ódio de classe e raça contra um trabalhador no condomínio dizendo: “Eu não falo com negro, negro pra mim fede!“.

Não satisfeito com suas ofensas racistas, o vereador que acreditava que estava acima de todos, continuou a proferir seu racismo e ódio aos pobres, resultando em sua prisão. O fato, além de ser filmado, foi amplamente aplaudido pelas pessoas ali presentes.

O perfil de comportamento do vereador Renato Oliveira (MDB) tem um longo histórico. Em 2017, foi acusado por tentativa de homicídio contra um jornalista crítico ao prefeito Ney Santos (PRB), que já foi denunciado pela utilização de laranjas em sua campanha e pratica de caixa 2. Oliveira tomou projeção nacional no Programa do Jô, quando Jô Soares exibia o vídeo onde Bolsonaro dizia a uma deputada que não a estupraria porque ela não mereceria. A frase por si só, é repulsiva. Mas não para Renato Oliveira que saudou com empolgação “Viva Bolsonaro!”, legitimando a frase pró-estupro do então deputado.

Renato Oliveira é a representação da extrema-direita, não escondendo o que ela pensa. Seu curto histórico na vida pública já demonstra isso. Aliás, não só demonstra o que pensa como também quem defende. O que esperar de um indivíduo que saúda a fala que promove o estupro, que já atentou contra a liberdade de imprensa e agora profere seu ódio contra negros?

Mas Renato Oliveira não age só. Sua atitude está ligada à lógica de difundir falsas ideias, como a de que negros são inferiores a brancos, com a finalidade de garantir a separação da classe trabalhadora e assim a manutenção dos interesses dos ricos e empresários, que se apoiam na opressão para aumentarem seus lucros através da exploração.

Quando Malcolm X disse que não há capitalismo sem racismo, o que temos grande acordo, parte da compreensão de que a opressão atua combinadamente com a exploração. Em outras palavras, o racismo de Renato Oliveira fortalece a sociedade capitalista que se baseia na separação da classe trabalhadora para poder defender a propriedade privada.

Se o racismo fortalece o sistema que explora toda a classe trabalhadora, branca e não-branca, então coloca-se como necessário unificar a todos os trabalhadores e trabalhadoras para lutar contra o racismo. Acreditamos que essa tarefa não se restringe aos negros. É fundamental unidade na classe trabalhadora, brancos e não-brancos, em uma só fileira, contra a opressão e exploração. Somente assim, conseguiremos seguir a um outro modelo de sociedade, a uma sociedade completamente diferente do mundo que gente como Renato Oliveira defende, onde não haja racismo e ninguém seja explorado. Essa sociedade é o que chamamos de socialismo.

Diante disso, estamos nos incorporando ao chamado do movimento negro para o Ato Contra o Racismo. Ocorrerá no dia 2 de fevereiro, às 10 horas, em frente à Câmara Municipal de Embu das Artes. Venha conosco, traga sua máscara, álcool em gel e cartaz. Como diria Solano, “de mãos fechadas contra todas as tiranias“.