Enquanto se desenrola a agressão imperialista contra o Iraque, no momento em que fechávamos esta edição do Opinião Socialista, completavam-se 300 dias da ocupação do Haiti, promovida pela ONU e liderada pelas topas do exército brasileiro. Embora formalmente apresente uma posição contrária à invasão do Iraque, na prática, a política externa do governo brasileiro está completamente de acordo com todo o plano de recolonização aplicado pelo imperialismo ianque.

Desde do amanhecer do dia 10 de junho de 2004, 1.200 soldados brasileiros, enviados a pedido de Bush, ocupam o país caribenho. Os chamados “capacetes azuis” têm o objetivo de reprimir as mobilizações populares e a ação de grupos insurgentes. Com chuteiras ou coturnos, o governo está fazendo todo o trabalho sujo dos EUA, para assim manter a ocupação colonial-imperialista. Lula espera com isso ganhar um assento no Conselho de Segurança da ONU, como prêmio pela sua submissão canina.

Não é à toa que a Secretária de Estado dos EUA, Condolezza Rice, não se cansa em elogiar o governo Lula. Para ela, “Bush e Lula têm uma excelente relação”. Nos últimos dias, porém, a própria ONU denunciou abusos cometidos por soldados estrangeiros no Haiti. Até casos de estupro estão sendo relatados. De acordo com o relato de uma jovem de 23 anos, para um jornalista local, os soldados estrangeiros (suspeita-se de paquistaneses) levaram-na a uma plantação de bananas, com a promessa de lhe dar novas roupas, para então estuprá-la. “Os estrangeiros agarraram e baixaram minhas calças, me deitaram no chão e depois me estupraram“, disse ela.
Essa é a face degradante da ocupação estrangeira liderada pelo Brasil. As tropas brasileiras devem sair imediatamente do Haiti. É preciso fazer uma ampla campanha de denúncia da colaboração do governo Lula com os planos de militarização de Bush. No dias 19 e 20 de março, é preciso que os ativistas antiguerra gritem novamente: “Fora já, fora já daqui, Bush do Iraque e Lula do Haiti”.

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