Candidatos do partido no ato durante a festa
Yara Fernandes

A festa organizada pelo PSTU de lançamento das suas candidaturas da Frente de Esquerda no dia 19 de agosto foi um sucesso tanto quanto o ato da frente ocorrido no mesmo dia à tarde. A festa teve início às 20h e lotou o Clube Adamus, localizado na Rua Estado de Israel, na Vila Mariana, em São Paulo.

O endereço era estranho, tendo em vista que uma das principais bandeiras do partido hoje é o fim dos ataques israelenses ao Líbano e o próprio fim do Estado de Israel. Mas, foi neste mesmo endereço que o PSTU colocou, logo na entrada da festa, uma faixa com os dizeres “Fora as tropas de Israel do Líbano“. No palco principal da festa, uma gigante bandeira do partido era acompanhada à sua esquerda de uma bandeira do mesmo tamanho do Líbano e, à direita, uma da Palestina, dois símbolos de resistência aos ataques de Israel. Durante toda a festa, foi passado um abaixo-assinado exigindo do governo Lula um posicionamento contra os ataques, a ruptura de relações diplomáticas com Israel e o fim das negociações entre Mercosul e Israel.

Classismo e socialismo
Por volta das 23h, houve uma pausa na música e na dança para que o palco fosse espaço para um breve ato, com falas dos principais candidatos. Zé Maria, presidente nacional do PSTU, foi o primeiro a usar o microfone e colocou os dois grandes desafios que os lutadores têm neste ano: a organização da Conlutas e a disputa de consciência através das eleições. “Temos o desafio de construir uma alternativa para os trabalhadores, para reorganizar as lutas sociais neste país. Mas também temos a tarefa da disputa política, que se dá também através das eleições, e não podemos abrir mão disso“, afirmou Zé.

Mauro Iasi, membro do PCB e candidato a vice-governador de São Paulo pela Frente de Esquerda, esteve na festa e foi o segundo a falar. Para Mauro, o classismo e o socialismo devem ser parte do discurso e da ação da frente: “O caráter classista e socialista são essenciais para divulgarmos a política e educarmos a classe para as lutas, para construir as condições para o poder popular“. Além disso, Mauro elogiou a garra da militância do PSTU na campanha, afirmando que “a militância do PSTU tem dado um verdadeiro exemplo de luta, dedicação e seriedade“.

Plínio de Arruda Sampaio, candidato da frente ao governo de São Paulo, falou após seu vice, explicando a importância de participar das eleições. “Todos aqui não acreditam muito em eleição, nem eu. Mas eu gosto muito de campanha, e estou gostando muito desta campanha, pois na campanha a gente conhece as pessoas. A campanha obriga a gente a pôr a mão na realidade. Isso é fundamental para nós que queremos mudar o mundo“, disse. Plínio também elogiou a força militante do PSTU, dizendo que “eu estou encantado com vocês, vocês são realmente militantes socialistas!“.

Eleger socialistas revolucionários
Mancha, candidato do PSTU pela frente ao Senado, fez um discurso que animou todos os presentes, sendo muito aplaudido no final e também várias vezes durante sua intervenção. “Estamos em um momento histórico em que temos a condição de colocar no Parlamento socialistas revolucionários! Cada militante tem que conversar com sua categoria, seus colegas e ser fiador dos nossos candidatos. Tem que dizer a eles que nossos candidatos são diferentes dos outros, dizer `este candidato é igual a mim, igual a nós que estamos na luta“`, afirmou Mancha. Ele completou dizendo que “os bancários têm que dizer que entre Berzoini e Dirceu Travesso, eles preferem Dirceu. E os metalúrgicos têm que dizer que nem todo metalúrgico é igual a Lula“.

Antes de Dirceu Travesso fazer a fala final do ato, os principais candidatos a deputado estadual foram chamados ao palco e saudados pelos presentes: Toninho, Fábio Bosco, Alexandre Leme, Edgar Fernandes, Ana Luiza e Everaldo. Dirceu ressaltou a importância da discussão programática na Frente, dizendo que “não temos o direito enganar a vanguarda e repetir a velha fórmula que acabou com o PT“. Ele elogiou os recentes discursos de Plínio, que defendeu em debates e entrevistas a expropriação de terras produtivas e improdutivas para a realização da reforma agrária e a legitimidade das ocupações na luta pela terra.

Dirceu ainda relacionou a disputa pelo voto às lutas que vêm pela frente. “Na ocupação do Pinheirinho, afirmamos que cada voto que a gente conseguir para Heloísa, Plínio, Mancha e pros candidatos proporcionais da Frente é também uma estaca a mais fincada na cerca daquela ocupação para resistir à repressão. Cada voto a mais é um ombro a mais na luta contra as reformas neoliberais. Nós estamos disputando a consciência da classe“.

Após o ato, todos os lutadores presentes voltaram a dançar e se divertir noite adentro. E voltam para casa, para o trabalho e para as ruas revigorados para seguir a campanha nos próximos 42 dias.

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