Pelo menos 110 pessoas foram mortas e 133 ficaram feridas na explosão de um carro-bomba na manhã deste dia 27, na cidade de Hilla, ao sul de Bagdá. Foi o maior ataque realizado no Iraque desde a invasão do país pelos Estados Unidos, em março de 2003.

O ataque aconteceu por volta das 9h30 [3h30 de Brasília]. As vítimas são, em sua maioria, iraquianos que estavam em uma fila para concorrer a vagas nas forças de segurança iraquianas. A polícia da província de Babil, onde Hilla se localiza, informou que “muitas pessoas“ foram presas após o atentado.

Segundo as agências internacionais, o ataque seria uma resposta à captura do meio-irmão do ex-ditador Saddam Hussein, Sabawi Ibrahim al Hassan al Tikriti, que estava escondido na Síria e comandava a insurgência sunita no Iraque. Sua prisão foi anunciada neste domingo pelo governo iraquiano.

Na verdade, o ataque faz parte das ações de resistência que vêm sendo protagonizadas por diversos grupos iraquianos contra a invasão do país. Algumas das ações, como a desta segunda-feira, também têm como alvo os iraquianos colaboracionistas, que exercem cargos políticos ou são membros do atual exército e da polícia.

Segundo declaração do jornalista norte-americano Dahr Jamail, publicada no Correio Internacional, “as ´forças de segurança´ iraquianas, a polícia e a guarda nacional são consideradas pela maioria da população como cupinchas do exército americano. A maioria das pessoas os consideram colaboradores e traidores. Apesar das pessoas compreenderem que muitos dos integrantes dessas forças se envolveram nelas por puro desespero pela falta de postos de trabalho, continuam odiando-os como odeiam as tropas de ocupação estrangeiras”.

Na semana passada, ao menos quatro carros-bomba e cinco artefatos explosivos foram detonados no sul do Iraque. Estima-se que a resistência está produzindo em média 100 fatos diários, que incluem verdadeiras insurreições militares, como as de Faluja e Najaf, operativos organizados contra as tropas invasoras, a polícia e o exército oficial, até homens-bomba.