Como já havia sido anunciado no ínicio do mês pela Coordenação Internacional contra a Guerra, milhares de pessoas saíram às ruas em todo o mundo logo após o fim do ultimato dado por Bush e o início da guerra. Os primeiros protestos ocorreram em Melbourne, na Austrália, cerca de três horas após o bombardeio.
Na Europa, muitas são as formas de protestos que a população vem utilizando. Fitas pretas, luzes acesas e boicotes aos produtos norte-americanos e britânicos somam-se aos atos, greves, paralisações e bloqueios de rua.
Na Espanha, o país onde os protestos do dia 15 de fevereiro reuniu mais pessoas, milhares de pessoas estão nas ruas desde o meio-dia de hoje. Em Madrid, os estudantes interromperam o trânsito e cercaram o Congresso dos Deputados. Dois estudantes ficaram feridos por balas de borracha em confronto com a polícia. Em Barcelona, a coalizão Estudantes Contra a Guerra avalia que 50 mil jovens se reuniram em frente ao Consulado dos EUA. Eles pediram a demissão do presidente Jose Maria Aznar e lançaram ovos, tijolos e tomates nos policiais, no prédio onde fica o Consulado e na sede do Partido Popular, de Aznar.
A Itália foi parcialmente paralisada. Desde o início da manhã, em praças, universidades, locais de trabalho e estações ferroviárias, manifestantes convocavam a população a pararem suas atividades. As universidades e escolas pararam e os estudantes conseguiram bloquear a circulação de trens nas grandes cidades. Em Roma, manifestantes ocuparam a famosa Via Veneto, e tentam isolar a embaixada americana. Em Veneza, houve confronto com policiais em frente a embaixada britânica. Os três maiores sindicatos do país, representando 11 milhões de pessoas, prometeram pararem durante duas horas e os funcionários públicos farão uma greve de um dia.
Na Alemanha, 50 mil estudantes protestaram em frente a embaixada norte-americana. Em Londres, a polícia usou cassetetes para impedir o avanço de mais de 8.000 pessoas que tentavam participar de uma manifestação contra a guerra na frente do Parlamento.
No Oriente e em todo o mundo, os protestos também ocorreram. No Cairo, 3.000 estudantes protestaram e pediram uma guerra santa contra os EUA. Na Coréia do Sul a polícia foi obrigada a usar oito ônibus como barricadas para isolar a embaixada dos EUA dos manifestantes.
Nos EUA, onde a maioria da população apóia a ação militar contra o Iraque, também aconteceram protestos. Cerca de 200 manifestantes fizeram uma passeata entre a Casa Branca e a residência do secretário da Defesa, Donald Rumsfeld. “Você tem sangue em suas mãos“, gritaram os manifestantes. Houve protestos também em Atlanta, Seattle, Salt Lake City, Nova York, Boston, Chicago e Detroit.