Às 23h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira, 19, cerca de uma hora após o término do prazo dado ao presidente iraquiano, os EUA e seus aliados iniciaram o bombardeio sobre Bagdá. Cerca de 40 mísseis Tomahawk foram lançados de navios contra a capital do Iraque, atingindo principalmente prédios públicos e baterias anti-aéreas.

O início da guerra foi recebido com protestos em todo o mundo. A Cruz Vermelha confirmou a morte de um civil em decorrência das bombas despejadas sobre a cidade ao amanhecer, e novos ataques estão sendo feitos em Bagdá no início da noite desta quarta. Um documento confidencial do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, obtido pela ONG CASI (Campanha Contra as Sanções ao Iraque) estima que 30% das crianças com menos de 5 anos no Iraque devem morrer de desnutrição e outras 10 milhões de pessoas devem passar fome. Isto equivale a 1 milhão e 260 mil crianças e não inclui as vítimas de ataques militares.

Segundo relatos das Brigadas contra a Guerra e de jornalistas que estão em Bagdá, a capital do Iraque assemelha-se a uma cidade fantasma e nuvens de fumaça e chamas podem ser vistas ao longe. Quase toda a população civil permanece dentro de suas casas ou em abrigos e, nas ruas, circulam membros da mílicia do partido governista e soldados. Estima-se em cerca de 900 mil a quantidade de iraquianos que devem deixar o país, engrossando o número de refugiados no mundo. Os moradores que não tiveram recursos para abandonar o país preparam-se para a morte, telefonando para parentes que moram em outros países, despedindo-se e transmitindo orientações sobre posses e questões familiares. Nos hospitais, mulheres grávidas buscam realizar o parto através de operações cesarianas, para que as crianças não venham a nascer em meio ao pior da guerra.

A guerra foi criticada por governantes de diversos países, como a Rússia e a França. O presidente Lula fez um pronunciamento oficial no início da tarde desta quinta-feira, 20, lamentando a guerra e pedindo que a coalizão liderada pelos EUA respeitem as normas humanitárias e não ataquem a população civil. O PSTU considera que Lula, para realmente proteger a população civil, deveria romper relações com os EUA e os países que participam da ação militar, já que são também os nossos recursos que ajudam o imperialismo a financiar as bombas que caem sobre os iraquianos.

Em todo o mundo, protestos contra a guerra