Governo Lula coloca PM e tropa de choque contra trabalhadores em greveEnquanto em Brasília a PM e a tropa de choque invadem o congresso – algo inédito desde a ditadura – em Itajaí (SC) a PM e a tropa de choque ocuparam as ruas pela mesma razão: reprimir os trabalhadores do serviço público na sua justa manifestação contra a PEC 40.

Em Itajaí, cerca de 400 servidores e estudantes de Florianópolis, Blumenau e da própria cidade mobilizaram-se por conta da vinda do Presidente Lula. O protesto tinha como intuito manifestar a indignação dos trabalhadores com a reforma proposta e entregar ao governo uma carta do Fórum Catarinense em Defesa da Previdência Pública e Solidária que exige abertura imediata de negociações, junto é claro, de um kit greve: o boné e a camiseta com o mote da campanha: “Previdência, Só Pública”.

No decorrer do ato, representantes do PT estadual se dirigiram ao comando dos servidores para negociar que entrasse um representante. A decisão do comando foi que ou todos os integrantes do comando entravam ou seguiria o protesto. A intervenção do PSTU foi de grande destaque no ato, participando dede o começo com faixas, bandeiras e agitação.

“Ô ô ô Lula, que papelão, colocou a repressão”, cantavam os trabalhadores e estudantes, quando a PM e a tropa de choque, apontando armas, empurraram os manifestantes, pisoteando um militante do PSTU. Foi lançado gás lacrimogênio e spray de pimenta contra os manifestantes e quatro servidores foram detidos. A truculência do governo chocou os presentes, e demonstrou mais uma vez em que rumo está esse governo.

O desgaste do governo Lula perante os servidores

Sem mencionar uma palavra sobre a greve, a intenção do “capitão” Lula e companheiros era que o centro da visita fosse em clima de festa, somente tocando nas questões da Agricultura Familiar e a inauguração do navio Metaltanque VI. Nesse sentido, Lula declarou que “Agora que resolvemos o problema da agricultura familiar e da agricultura empresarial, vamos dedicar esse segundo semestre para resolver o problema da reforma agrária no nosso país” – ao mesmo tempo que 84% do total do financiamento para agropecuária é destinado aos“companheiros” latifundiários e grandes empresários, membros da UDR e representantes da oligarquia agrária.

A propaganda da Agricultura Familiar também era o centro do informativo da Senadora Ideli Salvatti (PT/SC), que enfrentou uma platéia lotada de trabalhadores e estudantes em um debate sobre a PEC 40. Ideli disse aos trabalhadores que “não adianta, a PEC 40 vai passar” e que “não contem comigo para ser uma Heloísa Helena”. O resultado da política governista da senadora, o comando local de greve dos servidores técnico-administrativos pintou em uma faixa: “Joga pedra na Deli, Joga bosta na Deli,(…) ela deu pro capital, maldita Deli”.