Durante a luta contra a reforma da Previdência, em 2003, os trabalhadores e suas direções se dividiram em duas estratégias opostas. Todo um setor ligado à esquerda do PT e ao PCdoB (e portanto as direções da UNE, parte da direção da Fasubra e outras) defendeu a negociação da reforma ponto a ponto, o que dificultou a mobilização e a greve, levando seus parlamentares a votar a favor da reforma no Congresso ou a se abster. Um outro setor, representado pelo ANDES, por outras entidades do funcionalismo e pelo Movimento Ruptura Socialista na UNE, defendeu a rejeição global da reforma, sua retirada do Congresso, o voto contrário dos parlamentares e ajudou a organizar a maior greve da história do funcionalismo.
Esse debate já está se repetindo na luta contra a reforma Universitária. A UNE apóia o novo Provão do governo e faz parte da sua comissão nacional. O primeiro adesivo da entidade estampava Reforma Universitária Já!, com o argumento de que a reforma Universitária sempre foi uma bandeira do movimento estudantil. Agora, a entidade fará uma campanha propositiva, com o objetivo de influenciar os rumos da reforma.
Já sabemos onde isso vai acabar: a UNE, que desde o último congresso aprofundou seu curso mais burocrático e governista, vai procurar desviar a luta do movimento estudantil para a negociação com o governo, facilitando a aprovação da reforma e desmoralizando o movimento.
É urgente que todos os setores do movimento estudantil que estão de fato contra a reforma privatista do governo se unifiquem para iniciar uma forte mobilização que permita derrotá-la. O Movimento Ruptura Socialista fará todo esforço para criar um movimento nacional contra a reforma do governo, que reúna centros acadêmicos, DCEs, executivas de curso, sindicatos etc. É preciso organizar seminários de base para discutir a reforma em todas as universidades; grupos de trabalho de estudantes, professores e funcionários, a exemplo do que existe na UFRJ; um seminário nacional e uma forte caravana a Brasília na apresentação do projeto. Somente assim poderemos ser vitoriosos. Se ficarmos à espera da UNE, a vitória será do governo.
Mãos à obra!
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