Nestes quase oito anos de governo Lula, nenhum dos problemas fundamentais dos trabalhadores foi resolvido. Ao contrário, o país segue sendo dependente.
Somos um país menos soberano. As multinacionais dominam e controlam a economia do país, e nossas riquezas naturais seguem engordando o lucro das grandes empresas. Os bilhões de dólares gerados com as exportações são distribuídos na forma de lucros nas bolsas de valores de Nova York e de São Paulo.
Aos trabalhadores e à população pobre são destinados salários de miséria e os programas de ajuda que, em vez de darem uma vida digna, congelam a miséria. Em vez do pleno emprego, segue o Bolsa Família.
Os anos de prosperidade da economia mundial geraram uma falsa idéia de que o Brasil caminha no rumo certo. E que o tipo de governo “ideal” é de colaboração entre trabalhadores e grandes empresários. É preciso dizer “não” a esta falsa ideia. É necessário reafirmar que as necessidades fundamentais dos trabalhadores – salários dignos, moradia, saúde e educação – somente podem ser garantidos pelos próprios trabalhadores. Enfrentando a sede de mais lucros dos grandes empresários.
Nos oito anos deste governo de colaboração com os grandes patrões, nenhum destes problemas foi resolvido. Portanto, a independência política dos trabalhadores é necessária para defender as medidas que possam mudar de verdade o funcionamento da sociedade atual, voltado para os lucros. O capitalismo, além de propagar a miséria econômica da maioria da população, aprofunda e generaliza a opressão machista, racista e homofóbica e coloca em risco, pela destruição do meio ambiente, o destino de toda a humanidade e do planeta.
A pré-candidatura de Zé Maria
A conferência nacional do PSTU, nos dias 13 e 14 de março, reafirmou a pré-candidatura de Zé Maria à Presidência da República. Os debates se concentraram em torno da necessidade de construir uma alternativa classista e socialista ao governo Lula (página 16). Para poder defender este programa de ruptura, um programa socialista, é preciso alcançar a total independência política dos trabalhadores.
Esta foi a principal resolução da conferência do PSTU para a campanha eleitoral: discutir com a nossa classe nas fábricas, empresas e escolas que não mudaremos as nossas vidas sem atacar os interesses das grandes empresas e sem libertar o país do domínio das grandes potências. Para isso é necessário que os trabalhadores caminhem com suas próprias pernas e se mobilizem. Faremos um chamado à luta!
E este convite se estende aos partidos com os quais estamos discutindo nestes meses a necessidade de construir uma frente eleitoral – o PSOL e o PCB. O critério fundamental para construir uma possível frente é um programa que defenda medidas concretas de caráter anticapitalista.
Por isso, nega qualquer tipo de acordo, desde coligação ou financiamento da burguesia, como o caso amplamente conhecido do dinheiro da Gerdau aceito pelo PSOL na campanha de Luciana Genro à Prefeitura de Porto Alegre.
Caso não haja possibilidade de uma frente com este caráter, o PSTU apresentará aos lutadores e lutadoras o nome de Zé Maria para manter vivas as bandeiras da independência de classe e do socialismo.