CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Esta quinta-feira (21) foi mais um dia de mobilização contra o fechamento das fábricas da Ford no Brasil, anunciado pela empresa no último dia 11. Houve manifestações em São Paulo, Taubaté, São José dos Campos, Jacareí e Santos, com a realização de protestos em frente à concessionárias e assembleias. Em Belém (PA), também ocorreram assembleias em canteiros de obras da construção civil.

Em São Paulo, um ato simbólico aconteceu em frente à concessionária localizada na Avenida Doutor Ricardo Jafet e reuniu representantes das centrais sindicais.

O dirigente da CSP-Conlutas estadual de São Paulo Altino Prazeres esteve presente.  “Não podemos admitir que essa multinacional, que lucrou explorando nossa classe, abandone os trabalhadores a própria sorte! Estamos aqui para dizer não ao fechamento e defender que o caminho para a defesa dos empregos é a nacionalização e estatização da montadora sob o controle dos trabalhadores. As centrais sindicais precisam intensificar a mobilização em defesa dos empregos”, afirmou.

Em São José dos Campos e Jacareí (SP), o Sindicato dos Metalúrgicos, filiado à CSP-Conlutas  realizou ato na concessionária Econorte localizada em São José, bem como assembleias em indústrias metalúrgicas de autopeças.

Houve assembleias na TI Automotive, Parker Filtros, Ericsson e Eaton, em São José dos Campos, e na Ball, em Jacareí, somando cerca de 1.500 trabalhadores. Foi aprovado o apoio e solidariedade aos companheiros da Ford de Taubaté e das outras fábricas da montadora no país.

Esta é uma luta em defesa dos empregos, que tem de unir todos os trabalhadores e a população em geral. É preciso haver uma forte pressão popular sobre os governos e a própria Ford para que se reverta essa medida cruel tomada pela multinacional”, disse o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves, em assembleia na TI Automotive.

Em Taubaté, onde encontra-se uma das plantas que será fechada pela Ford, o Sindicato local também realizou assembleia e ato na concessionária da marca. No início da semana, um protesto na fábrica pendurou no alambrado da unidade os uniformes dos trabalhadores, simbolizando o drama do desemprego que irá se abater na cidade. Em Camaçari (BA), que também sedia uma das fábricas da montadora, houve assembleia e ato ecumênico em frente à fábrica.

O fechamento das fábricas da Ford no Brasil trará consequências não só aos cerca de 5 mil funcionários diretos da montadora, mas para outros milhares de trabalhadores indiretos que fazem parte da cadeia produtiva da empresa e que atuam em outros setores, como de serviços, que sofrerão os impactos da medida”, disse o metalúrgico e integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha, que participou dos atos em São José dos Campos, nesta quinta.

Por isso, a luta contra o fechamento da montadora deve ser de toda a classe trabalhadora, capitaneada pelas direções das entidades e movimentos”, afirmou.

Estatização e controle dos trabalhadores

A CSP-Conlutas defende que o governo deve nacionalizar e estatizar a montadora que se instalou no país há mais de 100 anos, explorou e lucrou muito desde então.

Os empresários querem convencer que o problema supostamente seria o que chamam de Custo Brasil, para reivindicar ainda mais desonerações e redução de direitos trabalhistas. Mas, nos últimos anos foram dados à Ford mais de R$ 20 bilhões, tivemos no país a reforma Trabalhista e vários outros ataques. Não se trata disso”, disse Mancha.

O fato é que o fechamento da Ford é mais uma demonstração do processo de desindustrialização que ocorre no país. Não há um projeto de desenvolvimento de indústria nacional, pois os sucessivos governos aceitam o papel imposto pelo imperialismo ao nosso país, como um mero celeiro para produção e exportação de grãos e minérios. Por isso, multinacionais como a Ford fazem o que bem entendem”, complementou.

É preciso reverter essa situação com medidas como a própria estatização da Ford para impedir que milhares de empregos sejam destruídos, bem como outras como a proibição de remessas de lucros ao exterior”, conclui o dirigente.