Com o fim do governo tucano, houve uma completa reestruturação do comando da Previ. A presidência passou para as mãos do ex-sindicalista bancário Sérgio Rosa, filiado ao PT e ex-membro da Articulação Sindical. Sérgio também foi vereador pelo partido em São Paulo e presidente da Confederação Nacional dos Bancários por duas gestões. Durante o governo FHC, foi diretor da Previ. Embora declarasse ser contra as privatizações, justificava desta forma as rentáveis participações acionárias da Previ nas ex-estatais: se os movimentos sociais esgotarem todos os canais de resistência, a Previ pode aliás, deve entrar até para assegurar que esse capital permaneça no país.
Sua nomeação na presidência teve a participação direta do presidente Lula e do ministro Luiz Gushiken. Sérgio Rosa tem o poder de indicar 286 conselheiros para o comando das 85 empresas que o fundo de pensão participa.
Altos salários
Dos seis diretores executivos da Previ, cinco são filiados ao PT e pelo menos três foram sindicalistas da categoria bancária. Há vários outros ex-sindicalistas ligados à Articulação ocupando outros postos nos Conselhos Administrativo e Financeiro da Previ. Segundo o jornal Correio Braziliense (15/02/2003), os salários mensais dos membros dos conselhos variam entre R$ 8 mil e R$ 15 mil, que podem ser ainda maiores se os diretores e conselheiros forem indicados para os Conselhos Fiscal ou Administrativo das empresas nas quais a Previ tem participação acionária.
Uma simples participação em uma reunião pode render até R$ 8 mil por mês, como é o caso da Telemar. A União Nacional dos Acionistas Minoritários do Banco do Brasil denunciou casos de diretores do Fundo que estão recebendo salários que ultrapassam R$ 25 mil mensais. O Jornal do Brasil (09/12/2001) denunciou o caso do próprio Sérgio Rosa que ganhava R$ 7,5 mil de salário como diretor da Previ e recebia outros R$ 12,5 mil como conselheiro administrativo da Telecom. Além disso, o ex-sindicalista recebia mais R$ 2,5 mil de auxílio-moradia. Um caso de polícia. Enquanto alguns se beneficiam, os bancários amargam demissões e arrocho.
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