No último sábado, 19, mais de 1.200 manifestantes tomaram a Av. Paulista em protesto contra a homofobia. Os recentes episódios de violência contra homossexuais ocorridos naquela região levaram ativistas homossexuais e diferentes organizações à construção de um grande ato público para exigir a aprovação do PLC 122/06 que criminaliza a homofobia.
As mais diversas organizações estiveram presentes, entre elas a CSP-Conlutas, Frente Paulista Contra a Homofobia, Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Anel, Marcha Mundial de Mulheres, Somos Coloridos, Diversidade, Grupo Identidade, Skinheads Antifacistas – “RASH”, Apeoesp e partidos políticos como, PT, PSOL e PSTU. O ato foi uma iniciativa do grupo Ato Anti-Homofobia. Os manifestantes reuniram-se na Praça do Ciclista, onde organizadores e participantes fizeram uso da palavra e em seguida marcharam entoando palavras de ordem até o número 777 da Av. Paulista, onde um homossexual foi agredido com uma lâmpada. Neste ponto ocorreram mais falas, a leitura de uma manifesto e um beijaço.
A mídia burguesa noticiou largamente esta marcha como uma comemoração ao lançamento de um selo contra a homofobia e da extensão de um disque denúncia para que atenda também aos LGBTs pelo governo Federal. Na realidade, pela ampla divulgação que a Marcha Contra a Homofobia atingiu, o Governo se viu forçado a dar alguma resposta – importante lembrar que o movimento LGBT tem ainda muitas ilusões e referências no PT. Neste sentido, uma hora antes da Marcha, o governo fez seu ato perto dali, com a presença da vice-presidente do Senado, Marta Suplicy, e da Ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos. Ao final do ato do governo, elas somaram-se a Marcha, que já estava ao final do seu percurso e foram ao microfone saudar a manifestação.
A CSP-Conlutas denunciou a responsabilidade dos governos federal e estadual frente ao avanço da homofobia e a necessidade da retomada de um movimento LGBT combativo, democrático, independente dos governos e patrões.
A Marcha mostrou que a construção desse movimento, alternativo às Paradas festivas e aos fóruns de colaboração entre governos e a sociedade civil, não só é possível, como uma necessidade. Em oito anos de governo do PT os homossexuais não tiveram nenhum direito garantido e nenhuma melhora concreta em suas vidas. A CSP-Conlutas se colocou a serviço da continuidade da luta pela criminalização da homofobia, pela punição dos criminosos como parte fundamental do combate à opressão e a exploração.
Setorial GLBT da CSP-Conlutas